Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007
"O Livro que me marcou" - Alberto João Jardim
(Clique no player para ouvir a entrevista)
Se existe um economista que Alberto João Jardim cita como um autor “que o marcou” ele é John Kenneth Galbraith (1908 - 2006), o célebre professor de Harvard que inundou o mundo com a qualidade dos seus artigos e livros (“American Capitalism”, “The Affluent Society” e “The New Industrial State” estão entre os mais conhecidos) Confessando que é muito complicado escolher um autor “porque eu sou muito crítico”, Jardim, que é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, fala de Galbraith como um autor que o impressionou. E isto “sobretudo pela critica que Galbraith fazia ao pessimismo que uma sociedade de consumo como a nossa ainda se atreve a ter.” Sentimento “a que ele chamava, com muita propriedade, de sinestrose”, refere o Presidente do Governo Regional da Madeira, acrescentando que “foi a primeira vez que vi este termo institucionalizado.”
Sábado, 3 de Fevereiro de 2007
"O Livro que me marcou" - António de Almeida Serra
“The White Man´s Burden – Why the west´s efforts to aid the rest have done so much ill and so little good” (2006), de William Easterly, é um dos livros que mais marcou António de Almeida Serra, doutorado em Economia pelo ISEG e actualmente responsável e docente de uma das poucas disciplinas (senão a única) sobre Economia Asiática em Países de Língua Oficial Portuguesa.( Ler mais )
Sábado, 6 de Janeiro de 2007
"O Livro que me Marcou" - Leonor Beleza
Livro: "Iran Awakening", da Iraniana Shirin Ebadi, prémio Nobel da Paz em 2003
"Há vários pontos neste livro que para mim são importantes: a autora é mulher, é jurista, era juiz - e foi impedida de o ser depois da revolução do Irão - e a partir dai dedicou a sua vida a trabalhar como advogada na defesa dos direitos humanos e na luta contra a falta de liberdade de expressão", diz Leonor Beleza sobre a obra de Ebadi, que escreveu um livro-relato "particularmente oportuno neste momento".
Entre os inúmeros aspectos interessantes desta obra, "que permite ajudar a conhecer o Irão, os iranianos, as iranianas, o que é a luta pela liberdade e pelos direitos humanos", a antiga Ministra da Saúde, refere a batalha jurídica travada pela autora com o objectivo de publicar o livro nos Estados Unidos. "Passou-se a entender que a publicação de um livro com origem no Irão não violava o embargo; ou por outra, era permitido pela liberdade de expressão."
Presidente da Fundação Champalimaud, Beleza, que leu esta obra durante uma viagem que fez recentemente à Índia, afirma que a passagem mais impressionante do livro é a descoberta, por parte da autora, do seu próprio nome numa lista de pessoas a serem abatidas. " Este livro marcou-me porque no fundo é uma expressão da liberdade de não ter medo e de utilizar as suas qualidades de mulher, de jurista, de advogada, e hoje de prémio Nobel da Paz, em benefício dos direitos humanos dos seus concidadãos, que ela se recusa a abandonar." Concluindo, a advogada de formação destaca ainda alguns pontos referidos por Ebadi, como a sensibilidade do povo iraniano à questão dos direitos humanos, a formação académica das mulheres, o facto dos jovens iranianos gostarem dos Estados Unidos; e, a importância dada pela autora à necessidade da tomada de consciência de que os conflitos entre países podem ser resolvidos através de um melhor conhecimento mútuo entre povos. " Um livro importante para todos os ocidentais".
Esta partilhada foi publicada na rubrica "Ideias em Estante", jornal Expresso, a 6 de Janeiro 2007
Sábado, 30 de Dezembro de 2006
" O Livro que me Marcou" - Arquimedes da Silva Santos
Convidado: Arquimedes da Silva Santos
"O Fim da História e o Último Homem" (1992), a polémica obra de Francis Fukuyama foi um dos livros que mais marcou Arquimedes da Silva Santos, um dos primeiros psiquiatras infantis português e também um dos pioneiros do movimento da Educação pela Arte. Para este médico de formação, que exerceu clínica geral durante 50 anos, e que se especializou em pedopsiquiatria e em ciências pedagógicas, "este livro tem logo no título os problemas, que para mim, são os fundamentais. Primeiro o fim da história e depois o último homem." Toda a teoria apresentada "aponta como se alguma coisa fosse o terminnus de uma evolução relacionada com a nossa sociedade e com o nosso ser. Isto, evidentemente, levanta logo muitas interrogações. Há na verdade uma evolução que tem um fim? Ou a evolução continua apesar de haver filósofos e estudiosos que chegaram de certo modo a esta hipótese de que estamos no fim de algo? E, que este fim parece não ter continuidade?"
Afirmando que "eu não leio um livro sem contrapor com outros", Arquimedes, que também é poeta, fala ainda de um livro do historiador francês Georges Duby, " A Historia Continua" (1991), que se diferencia bastante da obra de Fukuyama. "Quer um quer outro têm muito interesse porque são dois pólos opostos de uma interpretação da sociedade e do homem."
Focando-se na obra do norte-americano de origens nipónicas, este médico que estudou dois anos na Sorbonne e que regressou em 1964 para integrar o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Gulbenkian, diz que Fukuyama coloca questões e constatações muitas vezes violentas. "Este livro abala bastante. Fukuyama coloca-se numa posição, que é sobre o ponto de vista do governo, da sociedade em que nos integramos, uma sociedade que se baseia fundamentalmente naquilo que ele considera ser a democracia liberal. E, é ai que nos levanta muitos problemas e muitas hipóteses. O que é uma democracia liberal?"
Na opinião de Arquimedes o fim da história, segundo Fukuyama, põe-se no ano de 1989 ("Ele inclusivamente diz que por todo o mundo há um consenso notável quanto à legitimidade da democracia liberal como sistema de governo…") e por sua vez Fukuyama interpreta esse fim como o princípio de uma outra história. O fim não é o fim em si mesmo mas o principio de uma outra coisa qualquer. Qualquer coisa, que para este medico conhecido por se colocar sempre "do lado das crianças", necessita de um olhar sobre as crianças – sobre o Primeiro Homem. "Tudo isto porque podemos possivelmente criar amanhã Homens mais sãos de corpo e de espírito e dai uma sociedade talvez, também, melhor."
Esta partilha foi publicada na rubrica "Ideias em Estante", jornal Expresso (30 Dezembro 2006)
Sábado, 23 de Dezembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - Padre Vitor Melícias
"O Monge e o Executivo - uma História sobre a Essência da Liderança", de James C. Hunter, "marcou-me por ser um livro simples e ao mesmo tempo fascinante. Ele lê-se como um romance, anota-se como um compêndio e recorda-se como um estímulo", disse Vítor Melícias referindo-se a esta obra como "um convite à humanização do líder". Com uma diversidade e pluralidade de áreas de saber, Melícias, escolhe esta obra dentro do universo da gestão por "ser um apelo muito esclarecido, transmitido de uma forma muito agradável, àquilo que são os valores de uma verdadeira liderança". De facto esta historiazinha está muito bem concebida", diz o padre Franciscano acrescentado que a historia fala de um empresário de sucesso, Leonard Hoffman, que se retira para a solidão de um mosteiro beneditino e que se encontra num "cru cilho" de vida e gestão com um grupo diversificado de pessoas. Todos juntos fazem uma reflexão partilhada sobre aquilo que é ser um líder.
Licenciado em Direito Canónico, em Roma, como bolseiro da Fundação Gulbenkian e com licenciatura também em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, Melicias que tem vindo a ocupar ao longo do seu percurso diversos cargos de gestão, como a Presidência da União das Misericórdias Portuguesas ou a Presidência do Conselho de Administração do Montepio Geral/Caixa Económica de Lisboa , afirma que "um líder não deve ser apenas um executor de normas. Deve ser um agente de princípios e de valores transmitidos com realismo em funções das situações concretas e dos tempos em que as pessoas se encontram."
A ideia básica de que a gestão é também um acto de serviço feito com amor é muito importante para este padre gestor que se refere a esta obra como um marco de respeito co-responsabilidade." Concluindo Melicias afirma que "Um gestor tem que ter além da ciência a arte da gestão. Há muito de intuitivo. Há muito, no fundo, daquilo que este livro induz que é o sentido do serviço feito com amor pela realidade total". Isto tudo porque "um gestor não é só aquele que sabe fazer. É aquele que sabe criar espaço para que se faça."
Esta partilha foi publicada a 23 de Dezembro de 2006 na rubrica "Ideias em Estante", caderno Economia do jornal Expresso.
Sábado, 16 de Dezembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - Luís Portela
"Tao-te King", do grande pensador chinês Lao-Tse, é uma das obras que mais tocou Luís Portela, licenciado em Medicina pela Universidade do Porto, que abraçou a gestão com 21 anos e que se tornou presidente dos Laboratórios Bial aos 27 anos.
"Li este livro na altura em que estava a ponderar ir para a gestão", confessa este médico que exerceu a actividade clínica no Hospital de São João, no Porto, durante três anos e que foi docente universitário durante seis. "Deixei a minha carreira médica e universitária por respeito e admiração pela obra do meu avô e do meu pai. Aliado a todo o resto, tomei a decisão" diz Luís Portela que tendo que aprender rapidamente como funcionava o mundo de gestão, recorreu a professores de economia amigos (como foi o caso do Professor Manuel Baganha) e a alguns livros para tomar conhecimento de algumas teorias sobre a nova área do saber em que mergulhava. Deixando para trás, em termos profissionais, "o que tinha sonhado durante a juventude". Sobre este livro, Portela afirma que esta obra traduz uma série de valores que vão além da gestão. "Esta obra sensibilizou-me bastante e marcou-me como homem e como gestor". E isto porque "ao lê –lo formei em mim conceitos como homem que vão desde a harmonia universal até à liderança." A simplicidade deste autor, que é considerado "a maior expressão do pensamento chinês" e a crescente humildade dos seus ensinamentos são os pilares desta obra que marca a vida de um gestor, e empreendedor, laboratorial. Para o criador da Fundação Bial a teoria de gestão defendida nesta obra é "realmente marcante". Tanto mais que "primeiro sou homem e depois é que a formação em liderança concreta me ajudou a formar-me como líder."
Esta partilha foi publicada a 16 de Dezembro na rubrica "Ideias em Estante", caderno de Economia, do jornal Expresso.
Sábado, 25 de Novembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - João Castello Branco
"The Art of Possibility:Transforming Professional and Personal life"(2000), de Rosamund e Benjamin Zander, é um dos livros que mais marcou João Castello Branco, Sócio- Director da McKinsey em Lisboa.
Para este engenheiro mecânico de formação "existem muitos livros que me marcaram mas escolhi este, que li recentemente, porque desenvolve uma tese em que acredito e que penso que tem muitas implicações . É uma tese que está na intersecção entre o pessoal e o empresarial". A obra escolhida é de um maestro que utiliza a sua experiência na direcção de orquestras para falar sobre liderança, sobre transformação pessoal e sobre aquilo que Castello Branco traduz como a arte de "fazer coisas excepcionais com gente normal". "Tudo é possível" é a ideia da tese. Exemplificando Castello Branco, conta que um dia esteve com o maestro numa apresentação "com cerca de 900 colegas e em10/ 15 minutos o autor colocou-nos a todos a cantar o hino da alegria em alemão." O consultor confessa que esse facto "era algo que seria um pouco impensável à partida." Mas não foi. Zander "Deu-nos uma folhinha em alemão, deu o mote, ensaiamos três vezes e à quarta foi perfeito. Ficamos todos a cantar."
A tese do autor partilhada por este consultor, alumni do INSEAD, é a seguinte " a forma como nós olhamos para as coisas condiciona muito as consequências que tiramos delas. Assim se eu olho para o copo meio vazio vou actuar de uma maneira; se eu olhar para o copo meio cheio, actuo de outra." Se a confrontação de um problema é via a lógica de sobrevivência, da escassez de recursos, da luta sem tréguas então a conclusão vai ser limitativa; se o olhar sobre as coisas recair sobre a perspectiva da possibilidade que existe dentro delas, então é diferente. Para Castello Branco, que considera este livro como "um manual sobre a atitude mental", o livro vale a pena pela forma como está construído. "À base de experiências do autor e citações que dão vida ao conceito", diz. "Eu procuro a estatua que está dentro do bloco de pedra" de Miguel Ângelo, é uma delas, com implicações a nível da educação e da gestão de pessoas.
Esta partilha foi publicada a 25 de Novembro de 2006 na rubrica "Ideias em Estante", do caderno Economia do Jornal Expresso
Domingo, 19 de Novembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - Francisco Murteira Nabo
“The Rise and Fall of the Great Powers: Economic Change and Military Conflict From 1500 to 2000”, de Paul Kennedy (1987), é uma das obras que mais marcou Francisco Murteira Nabo, “um macro economista que faz micro economia”, como o próprio se define.
“Neste livro o autor faz uma análise dos grandes impérios ao longo da história e procura interpretar porque é que eles cresceram, fizeram a sua ascensão (e o tempo que demoram); procurando, ainda, visionar o que é que vai acontecer para a frente”. Este livro marcou Murteira Nabo, economista de formação e que já desempenhou vários lugares de gestão porque “eu gosto muito da história económica, por um lado, e porque gosto muito de tudo o que esteja ligado à visão do mundo”. Além disso, o actual Bastonário da Ordem dos Economistas afirma que “a lição que o autor dá tem um pouco haver com o que se passa no mundo empresarial. ”O poder económico leva quase sempre à ambição territorial. E esta leva, segundo o autor, à sua fragilidade económica porque o foco deixa de ser o foco económico (e, passa a ser o militar), que “às vezes não produz a riqueza por forma a manter o poder.” Para Murteira Nabo, que defende que “a ambição tem que ser alimentada pela riqueza”, o mesmo se passa com as empresas. “Algumas empresas acabam por entrar em debilidade e serem adquiridas porque ao se fortalecerem criam ambição de conquista. E ao comprarem outras, se a taxa de rentabilidade dos capitais não for suficientemente grande por forma a compensar o investimento feito dos juros da divida, então a empresa acaba por ser fragilizada. Podendo mesmo acabar por ser comprada.”
Para este economista, que afirma que “a Economia é transversal e mexe contudo”, “a expansão (seja ela territorial ou empresarial) tem que ser feita em equilíbrio económico e financeiro.”
Esta partilha foi publicada a 19 de Novembro de 2006 na rubrica "Ideias em Estante", caderno Economia, do jornal Expresso.
Quinta-feira, 9 de Novembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - Vasco Vieira de Almeida
"Economics and the Law - from Posner to Postmodernism and Beyond", do professor de Direito Nicholas Mercuro e de Steven G. Medema, professor de Economia, é um livro "que li há cerca de seis anos e que me interessou não só como advogado mas como cidadão porque eu acho que os problemas que aqui estão tratados são problemas centrais hoje (em termos políticos e sociais). Isto é: abordam a relação entre o Direito e a Economia", disse Vasco Vieira de Almeida.
O livro marcou este advogado de uma forma negativa dado que "eu reforcei as posições que tinha, depois de o ler, porque acho que as abordagens que são feitas no livro, (que é uma análise das escolas de pensamento económico americanas sobre as relações entre a economia e o direito), são parciais. E, no fundo falham num problema central que é o de saber qual é o papel do Direito e qual é o papel da Economia."
Conhecedor das diferentes teorias que existem sobre a relação entre a Economia e o Direito, Vieira de Almeida afirma que "No fundo todas as análises parciais escondem o problema principal, que é a análise do poder". Para este advogado "parece-me muito essencial a análise do poder numa relação dialéctica com os governados." (tal como é defendido por uma escola norte americana).Isto é importante "porque não se pode fazer uma análise meramente económica da eficiência ou das decisões judiciais ou das normas jurídicas que não seja à luz da compatibilidade dessas escolhas com os princípios éticos, que todos nós hoje partilhamos e que são princípios gerais do direito."
Para Vieira de Almeida, que não acredita na ideia da moralidade intrínseca do mercado – e, por isso a necessidade de "existirem normas jurídicas para o regular" -, o direito foi absorvendo ao longo da história determinados princípios e "esses são princípios que não podem ser abandonados a favor de soluções económicas que não sejam justas. Este livro "levantou-me uma série de questões e marcou-me porque me permitiu confirmar muitas coisas que eu já pensava."
Esta partilha foi publicada a 9 de Novembro de 2006 na rubrica "Ideias em Estante", caderno de Economia, jornal Expresso.
Quinta-feira, 2 de Novembro de 2006
"O Livro que me Marcou" - Carlos Carvalhas
“Délocalisations – Aurons –Nous encore des Emplois Demain?”(2005), de Philippe Villemus, é a obra escolhida por Carlos Alberto do Vale Gomes Carvalhas, economista e antigo Secretário Geral do Partido Comunista Português (PCP). “Escolhi este livro para não escolher os clássicos do Marxismo – desde o Manifesto do partido comunista até ao “Rumo à Vitoria”, que em Portugal marcou uma geração. Mas para não estar com estes livros, resolvi escolher uma obra de um autor que não é bestseller.” Carvalhas confessa que a escolha desta obra está directamente ligada à nossa conjuntura nacional. “Achei que seria interessante chamar a atenção para esta questão (deslocalização)”.
Para este economista que foi Secretário de Estado do Trabalho em cinco governos provisórios, deputado do Parlamento Europeu e deputado no Conselho da Europa “a análise da situação retratada pelo autor é do meu ponto de vista lúcida. Porém existe uma contradição entre a primeira parte e a segunda parte… mas também é nessa que o autor descreve as medidas e as propostas; e onde o autor embarca em toda esta filosofia neo-liberal, que no fundo tem conduzido à situação em que estamos.” Questionado sobre a eventualidade de “estar a fazer uma escolha irónica?”, Carvalhas responde: “Até certo ponto sim. O autor é um homem que escreve bem e que tem formulações cativantes mas depois apresenta as soluções que todos andam por ai a propagar (certamente, porque também está “formatado”). Por isso é que me marcou”.
Segundo Carvalhas, ao longo do livro o autor tem “várias coisas com piada e apresenta várias conclusões”. No entanto as conclusões que apresenta “no meu ponto de vista não levam a nada. Ou melhor: levam à continuação do crescimento das desigualdades do mundo.”
Esta partilha foi publicada a 2 de Novembro de 2006 na rubrica Ideias em Estante, caderno de Economia, jornal Expresso.