Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007
Em conversa com o autor - António Neto da Silva
"
Globalização, Fundamentalismo Islâmico e Desenvolvimento Sustentável" (Booknomics) da autoria de
António Neto da Silva é uma obra que apresenta o triplo conflito que definirá, na opinião do autor, o futuro. Questionado sobre a escolha deste trio (que apresenta variáveis que estão na ordem do dia e que são objecto de fortes polémicas) Neto da Silva, empresário e Professor de "Desenvolvimento Sustentável" no Curso de Pós- Graduação em Estudos Europeus da Universidade Católica Portuguesa, responde dizendo que a sua escolha se deve ao facto de entender "que esses são os três vectores que estão em movimento e que vão definir o novo mapa do mundo, uma nova ordem internacional, uma nova forma de escolher a vida ou o fim do planeta.
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Terça-feira, 13 de Fevereiro de 2007
Comentários de Leitores - "O Banqueiro dos Pobres" por Filipe Papança
Comentário ao livro “O Banqueiro dos Pobres” de Muhammad Yunus, edições Difel, por Filipe Papança, Professor na Escola Politécnica do Exército
Esta obra revela-nos uma verdade surpreendente, na realidade é preciso muito pouco para mudar a vida de uma pessoa. Segundo o autor não são os grandes projectos de desenvolvimento, principalmente quando “vindos de cima” que contribuem para o salto qualitativo, antes pelo contrário muitas vezes se tornam propiciadores de vícios, de desperdício, não chegando muitas vezes sequer a desempenhar a sua função.
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Segunda-feira, 12 de Fevereiro de 2007
"The Long Tail" em Português
A obra "A Cauda Longa" (The Long Tail) , de Chris Anderson, será lançada dia 14 de Fevereiro pela Actual Editora.
Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007
"O Livro que me marcou" - Alberto João Jardim
(Clique no player para ouvir a entrevista)
Se existe um economista que Alberto João Jardim cita como um autor “que o marcou” ele é John Kenneth Galbraith (1908 - 2006), o célebre professor de Harvard que inundou o mundo com a qualidade dos seus artigos e livros (“American Capitalism”, “The Affluent Society” e “The New Industrial State” estão entre os mais conhecidos) Confessando que é muito complicado escolher um autor “porque eu sou muito crítico”, Jardim, que é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, fala de Galbraith como um autor que o impressionou. E isto “sobretudo pela critica que Galbraith fazia ao pessimismo que uma sociedade de consumo como a nossa ainda se atreve a ter.” Sentimento “a que ele chamava, com muita propriedade, de sinestrose”, refere o Presidente do Governo Regional da Madeira, acrescentando que “foi a primeira vez que vi este termo institucionalizado.”
“The New Capitalists – How citizen investors are reshaping the corporate agenda”
“
The New Capitalists – How citizen investors are reshaping the corporate agenda”, Stephen
Davis, Jon
Lukomnik, David
Pitt-Watson, Harvard Business School Press, 288 páginas, 29, 95 dólares
“Os donos das grandes corporações empresariais não são quem pensa que eles são. E eles estão a sofrer mudanças dramáticas à volta do mundo”, é assim que este livro, escrito por três especialistas em mercados de capitais, iniciam esta obra que fala, acima de tudo, do desenvolvimento da “economia civil”. Uma economia em que as grandes empresas não estão mais nas mãos de poucas (ricas) famílias/Estados; mas sim nas mãos de muitos cidadãos que investem as suas poupanças nos grandes players. Recheado de bons exemplos esta obra está escrita de uma forma apelativa. De destacar a descrição do “Manifesto do Novo Capitalismo”.
Sábado, 3 de Fevereiro de 2007
"O Livro da Marca"
“O Livro da Marca", Dom Quixote, Ana Côrte-Real, Carlos Melo Brito, Clotilde Perez, Diogo Azevedo, Joana César Machado, Manuel Oehen Mendes, Margarida Pedro, Paulo de Lencastre, Sonia Maria D´Elboux, 422 páginas, 33 euros (com cd –room)
“No cenário contemporâneo, uma multiplicidade da factores, que variam sistemática e incontrolavelmente, tem provocado, uma situação que torna cada vez mais complexa a gestão da marca e dos produtos e serviços” estas palavras de Geraldo Toledo são as primeiras desta obra, que expõe “a marca”, um “conceito polifacetado” que é apresentado neste livro como um factor de diferenciação de qualquer economia ou empresa. (“Nos últimos anos, o Governo português estabeleceu, finalmente, como prioridade o desenvolvimento das marcas, alterando o paradigma do modelo de desenvolvimento económico”, lê-se no outro prefácio de Pedro Dionísio). Escrito por um grupo de investigadores do Brasil e de Portugal, que vêem a marca com um olhar de marketing (“Marketing sem marcar (quase) não é marketing”, Paulo de Lencastre), este livro está escrito de uma forma muito interessante. Permitindo uma viagem pelas origens, pela evolução e pelo uso da marca, esta obra constitui assim um bom exemplar para quem tem interesse na área ou para quem simplesmente pretende entender um pouco mais sobre o universo, a complexidade e os proveitos que se podem tirar de uma boa marca. Um livro de agradável leitura que marca pela qualidade.
Sábado, 20 de Janeiro de 2007
Livro: “A Competitividade e as Novas Fronteiras da Economia”
“A Competitividade e as Novas Fronteiras da Economia”, Suzanne Berger, Editorial Presença, 362 páginas, 20 euros
Se existe um tema, que nos últimos anos, tem gerado publicações e debates sucessivos, esse chama-se globalização. Esta obra não foge ao tema. Mas apresenta o mesmo de uma forma distinta (muito orientada para a apresentação de casos práticos). Baseado no estudo do desempenho de 500 empresas internacionais, de diferentes ramos de actividade, este livro foi escrito por Suzanne Berger ( Professora de Ciência Politica e directora do International Science and Technology Initiative Program no MIT ) e por 13 professores e alunos do Centro. É um livro de fácil leitura que permite adquirir uma overview sobre os impactos da globalização no mundo empresarial.
Sábado, 6 de Janeiro de 2007
"O Livro que me Marcou" - Leonor Beleza
Livro: "Iran Awakening", da Iraniana Shirin Ebadi, prémio Nobel da Paz em 2003
"Há vários pontos neste livro que para mim são importantes: a autora é mulher, é jurista, era juiz - e foi impedida de o ser depois da revolução do Irão - e a partir dai dedicou a sua vida a trabalhar como advogada na defesa dos direitos humanos e na luta contra a falta de liberdade de expressão", diz Leonor Beleza sobre a obra de Ebadi, que escreveu um livro-relato "particularmente oportuno neste momento".
Entre os inúmeros aspectos interessantes desta obra, "que permite ajudar a conhecer o Irão, os iranianos, as iranianas, o que é a luta pela liberdade e pelos direitos humanos", a antiga Ministra da Saúde, refere a batalha jurídica travada pela autora com o objectivo de publicar o livro nos Estados Unidos. "Passou-se a entender que a publicação de um livro com origem no Irão não violava o embargo; ou por outra, era permitido pela liberdade de expressão."
Presidente da Fundação Champalimaud, Beleza, que leu esta obra durante uma viagem que fez recentemente à Índia, afirma que a passagem mais impressionante do livro é a descoberta, por parte da autora, do seu próprio nome numa lista de pessoas a serem abatidas. " Este livro marcou-me porque no fundo é uma expressão da liberdade de não ter medo e de utilizar as suas qualidades de mulher, de jurista, de advogada, e hoje de prémio Nobel da Paz, em benefício dos direitos humanos dos seus concidadãos, que ela se recusa a abandonar." Concluindo, a advogada de formação destaca ainda alguns pontos referidos por Ebadi, como a sensibilidade do povo iraniano à questão dos direitos humanos, a formação académica das mulheres, o facto dos jovens iranianos gostarem dos Estados Unidos; e, a importância dada pela autora à necessidade da tomada de consciência de que os conflitos entre países podem ser resolvidos através de um melhor conhecimento mútuo entre povos. " Um livro importante para todos os ocidentais".
Esta partilhada foi publicada na rubrica "Ideias em Estante", jornal Expresso, a 6 de Janeiro 2007
The Origin of Weatlh
"The Origin of Weath", Eric D. Beinhocker, Random House, 527 páginas, 29, 95 dólares
Nesta obra estamos perante mais um defensor da máxima de que "A economia está a mudar radicalmente" e que esta mudança terá implicações profundas nos negócios, no governo e na sociedade. "Como se dá o processo de criação de riqueza?" é a grande questão que tem sido examinada por clássicos como Malthus e Smith, por "mais modernos", como Schumpeter e Hayek e até mesmo por prémios Nobel (Simon, Kahneman, Vernon).
Nesta obra o autor que é Senior Advisor da Mckinsey& Company, e que foi considerado pela Fortune como o "Business Leader of the Next Century", afirma que a "Complexidade da Economia" é que dará a resposta para a questão secular de como criar riqueza. Beinhocker apresenta a "evolução" como palavra-chave para se entender todo este processo dinâmico. "Se Adam Smith serviu de inspiração para a economia no século XX, Charles Darwin é a inspiração do século XXI".
Sábado, 30 de Dezembro de 2006
" O Livro que me Marcou" - Arquimedes da Silva Santos
Convidado: Arquimedes da Silva Santos
"O Fim da História e o Último Homem" (1992), a polémica obra de Francis Fukuyama foi um dos livros que mais marcou Arquimedes da Silva Santos, um dos primeiros psiquiatras infantis português e também um dos pioneiros do movimento da Educação pela Arte. Para este médico de formação, que exerceu clínica geral durante 50 anos, e que se especializou em pedopsiquiatria e em ciências pedagógicas, "este livro tem logo no título os problemas, que para mim, são os fundamentais. Primeiro o fim da história e depois o último homem." Toda a teoria apresentada "aponta como se alguma coisa fosse o terminnus de uma evolução relacionada com a nossa sociedade e com o nosso ser. Isto, evidentemente, levanta logo muitas interrogações. Há na verdade uma evolução que tem um fim? Ou a evolução continua apesar de haver filósofos e estudiosos que chegaram de certo modo a esta hipótese de que estamos no fim de algo? E, que este fim parece não ter continuidade?"
Afirmando que "eu não leio um livro sem contrapor com outros", Arquimedes, que também é poeta, fala ainda de um livro do historiador francês Georges Duby, " A Historia Continua" (1991), que se diferencia bastante da obra de Fukuyama. "Quer um quer outro têm muito interesse porque são dois pólos opostos de uma interpretação da sociedade e do homem."
Focando-se na obra do norte-americano de origens nipónicas, este médico que estudou dois anos na Sorbonne e que regressou em 1964 para integrar o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Gulbenkian, diz que Fukuyama coloca questões e constatações muitas vezes violentas. "Este livro abala bastante. Fukuyama coloca-se numa posição, que é sobre o ponto de vista do governo, da sociedade em que nos integramos, uma sociedade que se baseia fundamentalmente naquilo que ele considera ser a democracia liberal. E, é ai que nos levanta muitos problemas e muitas hipóteses. O que é uma democracia liberal?"
Na opinião de Arquimedes o fim da história, segundo Fukuyama, põe-se no ano de 1989 ("Ele inclusivamente diz que por todo o mundo há um consenso notável quanto à legitimidade da democracia liberal como sistema de governo…") e por sua vez Fukuyama interpreta esse fim como o princípio de uma outra história. O fim não é o fim em si mesmo mas o principio de uma outra coisa qualquer. Qualquer coisa, que para este medico conhecido por se colocar sempre "do lado das crianças", necessita de um olhar sobre as crianças – sobre o Primeiro Homem. "Tudo isto porque podemos possivelmente criar amanhã Homens mais sãos de corpo e de espírito e dai uma sociedade talvez, também, melhor."
Esta partilha foi publicada na rubrica "Ideias em Estante", jornal Expresso (30 Dezembro 2006)