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“A História da Filosofia Ocidental”( 1945), de Bertrand Russell, “é um livro que li, reli e que foi, durante o meu curso, um dos livros de consulta permanente”, diz José Hermano Saraiva, “historiador e jurista”, como o próprio se denomina e é reconhecido.
Licenciado em Direito (1940) e em Histórico -Filosóficas (1946), Saraiva leu pela primeira vez esta obra quando era caloiro em Filosofia. “Na altura este livro era uma novidade”, recorda acrescentando que este o impressionou “por apresentar uma panorâmica geral e muito lúcida do pensamento filosófico Europeu.” Escrita por Russell, nos Estados Unidos, esta obra que mereceu duas citações quando o seu autor recebeu o Nobel da Literatura (1950), expõe o pensamento europeu visto de fora. “Olhar de fora permite sempre uma visão global e complexa diferente daquela que resulta de olhar de dentro”, afirma o antigo embaixador de Portugal no Brasil (1972-1974) e antigo ministro da Educação Nacional (1968-1970), para quem este livro marcou também “porque foi escrito por um homem inteligente. Por um homem que vê claramente e que de certo modo se desnuda dos preconceitos ocidentais e consegue (por isso) falar das coisas europeias sem blindagem.”. Esta obra filosófica – e, de grande relevância para algumas áreas do estudo das Relações Internacionais - tem como factor de diferenciação o facto de mostrar uma Europa vista de fora. Algo que na época não era comum e que impressionava. “Eu na altura, quando li esta obra, nunca tinha colocado um pé fora da Europa. Considerava que a Europa era o mundo”, confessa Saraiva dando a entender a importância desta obra aquando do seu lançamento. Como última nota: “Em relação à história de Portugal, “A História da Administração Pública em Portugal”, de Gama Barros, é uma obra fundamental para tudo quanto diga respeito ao comércio, às actividades económicas, à indústria, à agricultura, a todos aspectos da história nacional.”
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