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Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011
"França e Alemanha são, nesta crise, líderes de necessidade", diz Daniel Altman autor de "A crise Mundial"

 

Esta semana o livro em destaque na “Ideias em Estante” é “A crise Mundial”, de Daniel Altman.

 

Leia aqui as respostas do autor a duas perguntas - chave; no final deste post pode ler ainda uma breve resenha sobre livro.

 

Do you believe that the European Union will survive as an economic union?

 

In the short term, yes. Even if countries leave the euro - and there must be a mechanism for that to happen - there are still many other treaties holding the European Union together as an economic entity. But in the long term, the countries are facing very different risks and opportunities. Moreover, the differences are distributed in a way that divides the EU into four distinct and geographically contiguous blocs. In a couple of decades, we may see a two-, three-, or four-track EU that is really no longer a single union.

 

Considering that Germany and France are big players within the

European model, how do you define them as “leaders”? Do you consider

that they are doing a good job? What about Durão Barroso, the

president of European Commission?

 

France and Germany are leaders of necessity in this crisis. Their banks face some of the worst consequences from the debt problems elsewhere in Europe. But they're doing a very poor job of sorting things out. Investors and corporate managers are allergic to uncertainty; this long and nebulous bailout process has put economic growth on hold for months already. I don't know if Barroso can be expected to help matters much, since he has much less power than Merkel or Sarkozy. Like them, however, he is guilty of defending the euro at all costs. It would have been much better to let Greece leave according to very clear rules, and also to set very clear rules about how Greece could come back. Then we would have had much less uncertainty, and Greece would have been on its way to recovery already.

 

--

 

 

“Não há tempo a perder” in edição de hoje do DE

 

Altman advoga que, na Europa, a espiral mortífera causada pelo aumento das pensões e pela emigração é um prenúncio da desintegração.

 

Este livro - “A crise Mundial”, da autoria de Daniel Altman, jovem voz de Harvard que lecciona em Nova Iorque - é de leitura obrigatória para todos. Para todos os cidadãos. E em especial para europeus membros da União Europeia, que se vêem hoje perante uma crise sem precedentes. Uma crise tripla: a crise do euro; a crise de economias “menos desenvolvidas e competitivas”, como a grega, a italiana ou a portuguesa e, a crise da confiança nas políticas macro-económicas tomadas por um líder alemão, que nem sempre consegue casar interesses de políticas monetárias que agradem, literalmente, a gregos e a troianos, estes últimos, nesta figuração, representando os seus parceiros “que crescem”. Mas este livro, que tem como primeira tarefa rectificar a miopia dos economistas que só se têm preocupado com o “curto prazo”, também interessa aos chineses e aos americanos que, nesta obra, são também (bem) avaliados. Sempre com uma visão de longo prazo alargado - de décadas e “concentrando-se nos factores profundos que influenciam esse futuro” -, escreve o autor, sobre a China, que o seu crescimento não é “para sempre” e tão pouco vai ser o esperado. Quanto aos americanos, Altman deixa uma pista: “com o desaparecimento dos ‘booms’ alimentados pelas novas tecnologias e pelo crédito barato nas décadas de 1990 e de 2000, os americanos começarão a procurar novas fontes de emprego e rendimento. Encontrarão algumas num lugar inesperado, recorrendo a um pilar pouco reconhecido mas fundamental do sucesso económico da sua nação: a capacidade de vender”. E por falar em comércio, escreve Altman que “surgirá um enorme mercado negro financeiro fora dos centros tradicionais” e que “o colapso da Organização Mundial do Comércio abrirá novas perspectivas de ganhos com o comércio”. Mas onde vai Altman buscar inspiração teórica para estas previsões? À economia Behaviorista, que apareceu no século XX. Segundo o autor, “a evolução para a Economia Behaviorista ajudou a compreender algumas tendências económicas, especialmente as que mudam subitamente quando a psicologia ou a histeria de massas assumem o controlo”. É o caso do mundo ocidental em depressão. É, especificamente, o caso da Europa. O que nos espera?

 

Desintegração europeia

O resultado poderá ser, segundo Daniel Altman, a desintegração da UE como entidade económica. Altman explica porquê. Mas não sem antes iniciar a sua tese dizendo que “actualmente, a maior economia do mundo não é a dos Estados Unidos; é a da União Europeia. (…) Duas décadas após a queda do Muro de Berlim, a UE tornou-se um bloco de vinte e sete países com uma população de 500 mil milhões de habitantes e cerca de um terço do produto interno bruto do mundo”. Mas o que está então a correr mal para que o autor escreva que “a desintegração da UE como entidade económica desencadeará forças destabilizadoras a curto prazo e deixará o mundo mais pobre a longo prazo”. Segundo o autor, muita coisa. Até porque as interligações de Altman são um dos seus factores de diferenciação enquanto autor. Não obstante, escreve o economista que “se a UE não tomar medidas agora para ajudar os países mais atrasados a acompanhar o ritmo, eles não participarão na sua marcha em direcção a um futuro económico mais risonho”. A sua opinião está dada. Os seus pareceres, parecem, cada vez mais acertados.

 

 

 

 

 

 

 

 

Este post também foi publicado no blog:www.livrosemanias.blogs.sapo.pt

 

 

 

publicado por Mafalda Avelar às 00:00
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