Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009
O Deus da Bíblia
Com o maior respeito que tenho pelas diferentes opiniões - e pelos seus protagonistas - manifesto aqui a minha discordância profunda em relação à afirmação de José Saramago, Nobel de literatura, o primeiro Português a receber tal galardão, que acaba de afirmar em conferência de imprensa que "O Deus da Bíblia é vingativo, rigoroso e má pessoa".
... No lo creo!
e acrescento que o Deus da Bíblia, tal como a própria Bíblia, tem interpretações distintas. Diferentes consoante o seu leitor.
Não sou fundamentalista, sou cristã e acima de tudo real. Talvez por isso respeite as diferentes opiniões e não faça falsos julgamentos, que podem ser ... mal interpretados!
...
In Sapo "José Saramago convocou uma conferência de imprensa para falar sobre as polémicas relacionadas com o lançamento do seu novo livro "Caim" e não volta atrás com o que defende: "não disse nada que qualquer pessoa não saiba"
De Augusto Küttner de Magalhães a 21 de Outubro de 2009 às 19:12
Mafalda
Estou totalmente de acordo consigo, com uma vantagem, não sou crente. Apesar de já ter lido o antigo e o novo testamento. Logo é-me indiferente o que José Saramago diz, disse e venha a dizer.....
Mas penso que em situações como esta o que deve ser feito é não dar importância ao Saramago.
Basta assumi-lo como escritor, que ganhou um Prémio Nobel, Tudo o que seja falar de "não-escrita", não lhe diz respeito, se fala deixai-o falar, não percamos tempo com quem não o merece....está a ficar rabugento, descontente com a vida...
que acha?
um beijo
Augusto
Caro Augusto, concordo consigo. José Saramago está num registo “Politically Incorrect.” Propositadamente uso uma expressão estrangeira…. Porque na verdade a autenticidade da nossa língua merece, um pouco, mais de respeito. Vivemos num país onde a grande maioria do povo é católica apostólica romana e como diz o provérbio “em Roma sê romano”. Ou por outras palavras: “é importante que exista respeito pela cultura de um povo.” Nem todos temos que acreditar no mesmo – seja em Deus seja em outra coisa qualquer. E todos nós somos livres de sentir, de pensar, de escrever, de exteriorizarmos a nossa arte por mais diferente que seja. Acho mesmo muito bem que não sejamos todos iguais. Se assim fosse o mundo seria uma monotonia. Mas para que o mundo seja o chamado “arco íris”, onde cabem todas as cores, é necessário respeito. Aceitação das regras do jogo. E Saramago não as respeitou não no seu livro – mas nas declarações polémicas que fez sobre o mesmo. Escreveu está escrito. Alias vou ler porque gosto de ler ideias diferentes das minhas. Gosto da confrontação. Mas que essa seja discreta e não de “propaganda”. Repito: escreveu está escrito. Não vale a pena é convocar, por exemplo, conferencias para ofender um Deus, que quer queiramos ou não, é universal. Chega mesmo a ser a tábua de salvação de muitos que buscam na fé a força para encarar o hoje – o amanhã. Só por essa função social Deus merece o nosso respeito. Claro está que para mim Deus é muito mais do isso…
(Sorte daquele que acredita!)
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