Convidado: Paulo Teixeira Pinto
O Livro: “O Caminho para a Servidão”, de F.A. Hayek
Entrou no negócio dos livros recentemente, mas os livros sempre fizeram parte do seu universo garante Paulo Teixeira Pinto, que confessa que um dos livros que mais o marcou foi o célebre manifesto político e intelectual “ O Caminho para a Servidão”, do Nobel F. A. Hayek, um dos mais importantes pensadores do século XX e um representante admirável da escola económica austríaca.
“Este ensaio de Hayek, o chamado “livro maldito”, publicado ainda no decurso da segunda guerra mundial, é talvez o primeiro estudo moderno do fundamento da liberdade na economia.”, diz Teixeira Pinto, licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa e pela Universidade Livre, respectivamente na especialidade de Ciências Jurídico-Políticas e de Ciências Jurídicas. Para este ex-aluno do INSEAD de Fontainebleau e do AESE, que tem ainda um Curso de Doctorado em Historia do Direito, pela Universidade Complutense de Madrid, “basicamente podemos dizer que os fundamentos últimos e os princípios fundadores de uma verdadeira economia aberta estão construídos a partir da teoria de Hayek” Esta obra, “ é um livro que ele próprio chama um livro politico, mais agrega dor e multidisciplinar.”
Apesar de ter mais de 60 anos – e, de ter sido escrito num período de totalitarismos -, Teixeira Pinto considera que esta obra “é um livro actual dado que define a liberdade como critério primeiro e último para a actuação do mercado na economia”. Para o ex-presidente do BCP, uma das principais lições desta obra é que tudo tem que partir e fundamentar-se na iniciativa do indivíduo. ““O caminho para a servidão” é uma metáfora em relação ao papel que o indivíduo deve ter na sua não subordinação ao Estado e ao perigo que são as grandes utopias”, diz.
“A atitude do liberal para com a sociedade é análoga à do jardineiro que cuida de uma planta e procura criar-lhe as condições mais propícias ao seu crescimento. Exige o conhecimento de tudo quanto se refere à estrutura e ao modo como funciona ”, conclui citando o autor.