Ideias em Estante - Expresso ( Economia)
Em conversa com o autor Alexandre Ribeiro ‘Economia em contramão’
Mafalda Avelar
“Este livro não se destina (apenas) a economistas!”, nem tão pouco “se encontra nele o economês ou o jargão”, quem o afirma é Alexandre Ribeiro, autor do recém-editado ‘Economia em Contramão’ (Papiro Editora, 243 páginas, 13,90 euros), onde o grande objectivo é escrever para o cidadão comum. “Não me interessa falar sobre aquilo de que todos falam. O meu objectivo foi mostrar uma faceta da economia que muitas vezes nos escapa”, diz. Formado em economia pela Universidade do Porto e pós-graduado pela escola de negócios AESE, este gestor relata neste livro alguns casos que considerou pertinentes trazer ao conhecimento público. Por exemplo, o autor apresenta quatro capítulos destinados ao leitor em geral e isto porque acredita que “para um leigo a leitura de temas da área da economia pode tornar-se interessante, ao contrário do sentimento comum”. No 1º capítulo é respondido à questão ‘Como será a minha reforma?’ Já no 14º são apresentados ‘Os números da greve’; no 17º, ‘Os lucros da banca’ e, no 19º, o ‘Capital investido e rotação de stocks’. Mais técnicos são os restantes capítulos destinados, segundo a opinião do autor, “aos profissionais da economia e/ou gestão e apresentados de forma muito básica”. Segundo o autor, o objectivo desses capítulos é “alertar os mais novos e inexperientes para os enormes riscos que hoje envolvem a profissão de gestor”. Destaque, ainda, para o 3º capítulo, intitulado ‘O ladrão que se acusa’, e o 4º, ‘Cadeia com eles!’, que “demonstram o enorme risco (de cadeia e perda de património) a que estão hoje sujeitos os gestores, mesmo honestos e competentes, que dirijam empresas em situação difícil”. Pode, ainda, ler o capítulo 13º, ‘D. Branca — esquemas em pirâmide’, que relata um caso de falência resultante do envolvimento da empresa numa teia bem urdida por um cliente e o capítulo 6º ‘Como são manipulados os concursos públicos’, que “revela um pouco dos meandros dos concursos públicos”. Como o próprio confessa nesta obra “analisam-se problemas do dia-a-dia numa óptica diferente do habitual” e a “roçar o politicamente incorrecto”.