"Eu achei que era interessante fazer um contraste com as escolhas de grandes livros académicos publicados no mundo inteiro e referir um livro de um autor que eu achei extraordinário – o
Engenheiro Ferreira Dias, que escreveu a sua grande obra sobre desenvolvimento econômico durante a guerra", disse
Manuel Serzedelo de Almeida para quem
"Linha de Rumo" (1945) foi uma das obras que mais o marcou.
Para este engenheiro mecânico de formação (Instituto Superior Técnico;1966), com MBA do INSEAD (Fontainebleau;1975), o autor desta obra era "uma verdadeira sumidade" tendo publicado várias obras "com apenas 30 anos e com uma acuidade tal que elas são hoje de perfeita actualidade."
Elogiando Ferreira Dias, autor "que conheci, que me habituei a ouvir e a ter respeito referencial", Serzedelo de Almeida diz mesmo que as ideias do autor "setenta anos depois continuam a ser linhas directrizes que regem as grandes opções do sector eléctrico em Portugal".
"De facto a obra deste homem era a obra de um engenheiro simples que fez uma espécie de rastreio da economia portuguesa e daí concluiu que em lugar de se resignar e achar que este país tinha uma vocação a ser eternamente pobre, lançou pistas que podiam ser uma verdadeira alavanca ao desenvolvimento económico."Explicando o conteúdo do livro, que constitui de resto um bom resumo da evolução do sistema eléctrico português, Serzedelo de Almeida fala de como o autor era um visionário e de como chegou à conclusão de que "precisamos de barragens, de transporte de energia, de controle, da decisão sobre quem produz em cada momento, precisamos de fazer contas depressa e de um centro de cálculo, precisamos em cada momento de uma entidade que controle a qualidade do produto e portanto do equipamento que é instalado em cada sitio e precisamos de valorizar a produção nacional do equipamento."
Resumindo todas esta necessidades, Serzedelo afirma "Se for ver isto é a REN hoje em dia - uma entidade que está na ordem do dia e que foi concebida pela engenheiro Ferreira Dias há 70 anos." O autor foi um percussor. Li esta obra com 17 anos e achei-a um deslumbramento".