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Literatura económica apela ao "basta!"
Este texto foi publicado dia 14 de dezembro de 2012... mas, hoje, passado um mês, tudo se mantém na mesma NO QUE TOCA às temáticas que aquecem o mercado editorial... o "Basta!", de Camilo Lourenço, continua a liderar o top do Económico.
DA ESQUERDA À DIREITA TODOS OS AUTORES QUEREM O MESMO. MUDAR. VERBO, ESSE, QUE CURIOSAMENTE FOI O TÍTULO DO LIVRO DE PASSOS COELHO. EM 2010.
Duas obras e dois autores, ideologicamente distintos, cruzam-se, em pleno mês Dezembro de 2012, nas estantes de uma livraria, de uma avenida, de um reino, que outrora foi monarquia e que hoje é uma república democrática. Intervencionada.
Quem são? Raquel Varela, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora de "Quem Paga o Estado Social em Portugal?" (Bertrand) e Camilo Lourenço, jornalista e autor de "Basta!" (Matéria-Prima).
Apesar de aparentemente estes dois autores nada terem em comum, os mesmos estão unidos por uma só inquietude: o que nos espera o futuro?
O que discutem estes dois autores? O estado do País.
O que os une? O facto de estarem fartos "da crise" e de quererem mudança. Mesmo que de formas bem distintas. (De notar que quem também queria "Mudar" era Pedro Passos Coelho, quando em 2010, antes das eleições, que lhe dariam a vitória enquanto líder do PSD, lançou uma obra ao estilo americano de compromisso de partida).
Parênteses à parte, mudam-se os tempos, mas nem por isso as vontades, e passados dois anos, dois autores, com dois livros bem diferentes e com objectivos, também eles, muitos distintos, querem alterar muitas das situações de precariedade com as quais o País se defronta actualmente. Não são únicos. Nas escritas "económicas" são cada vez em maior número os autores que apelam à mudança e à interpretação dos dadaos estatísticos, independentemente da cor político-ideológica.
Repetindo, com uma visão bem distinta de Raquel Varela, Camilo Lourenço advoga, por exemplo, que a austeridade é fundamental. Pergunta o autor "depois de três bancarrotas em 36 anos, caso único na Europa, será que ainda não aprendemos a lição?". No que se pode chamar de, ainda assim, discreto "alinhamento" com algumas das medidas tomadas pelo Governo, Camilo usa o seu estilo bastante directo (factor que também o coloca no pódio dos autores bestsellers) e defende que é necessário ditar regras que levem ao crescimento e desenvolvimento do país. Sobre o grande problema da Nação, esse, consiste na "falta de produtividade", diz Camilo Lourenço, numa entrevista que pode ser vista na íntegra na "Ideias em Estante", no ETV.
Debruçando-se, também, sobre a variável "L" (trabalho), mas de ângulo distinto, o estudo coordenado por Raquel Varela apresenta dados sobre o Estado social do País. Segundo nota dos autores "este livro prova com números e factos que os trabalhadores portugueses contribuem para o Estado social com o necessário para pagar a sua saúde, educação, bem estar-estar e infra-estruturas". Segundo Raquel Varela, que também deu uma entrevista ao Etv, "a massa salarial corresponde a 50% do PIB mas paga 75% dos impostos." O que se passa afinal? "Onde nos leva esta crise económica?" são assim algumas das questões levantadas pelos autores deste livro, Uma vasta lista de nomes que discute a fundo o Estado Social português e que levanta, em boa hora, uma pertinente questão: será que é justo não usufruir daquilo para o qual contribuímos?
Uma boa questão, que pode ser analisada através da leitura deste livro.
(publicado a 14/02/2012)
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In press release da Dom Quixote
"Manuel Alegre é o único autor português presente na antologia italiana Canto Por Um Mundo Livre, recentemente publicada pela editora Diagosfera ETS, antologia essa que é o resultado de uma compilação elaborada por estudiosos de várias literaturas e de vários contextos poéticos e musicais que, neste livro, reuniram o génio de poetas, compositores e activistas políticos, entre os quais, para além do autor de Praça de Canção, se destacam: Chico Buarque (Brasil); Bob Dylan (USA); John Lennon (Inglaterra); Leonard Cohen (Canadá); Derek Walcott (Caraíbas); Mzwakhe Mbuli (África do Sul); Bobby Sands (Irlanda) e Alekos Panagulis (Grécia).
A antologia, organizada por Marco Fazzani, interroga-se sobre a fronteira entre a poesia e o texto de canções provenientes de diferentes literaturas e vários contextos poéticos e musicais e, também, sobre a possibilidade de “traduzir uma mensagem de paz fazendo-a atravessar fronteiras geográficas e nacionalidades”. Os poemas e canções escolhidos pretendem ilustrar “a força poética e musical de um compromisso corajoso, louvável e necessário com a liberdade dos povos e das nações”.
O livro, com edição dos textos na língua original e respectiva tradução em italiano, é acompanhado de um CD que completa, com novas interpretações e arranjos de grandes intérpretes italianos e estrangeiros, “um percurso de coragem e de luta por um mundo mais belo e mais justo”.
Vários estudiosos dos autores representados enriquecem esta antologia com ensaios que, no caso de Manuel Alegre, são da autoria de Sandra Bagno, profunda conhecedora da obra e biografia do poeta português.
De referir, por outro lado, que a Dom Quixote, no próximo mês de Abril, irá publicar É Só Um Sonho, o novo romance de Manuel Alegre." ( in press da dom quixote).
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Já lá vamos ao (bem necessário) investimento.
Primeiro fique a saber quem é o co- autor de "Governação Inteligente para o século XXI"( Objetiva)
PERFIL
Berggruen, o milionário sem casa que apostou na TVI e na Leya
De passagem por Portugal, Berggruen deu -nos uma entrevista. O resultado: muito optimismo. Uma boa boleia!
Nicolas Berggruen é um dos nomes que consta na lista dos milionários da Forbes. Ocupa a 206 posição, com uma fortuna avaliada em cerca de 2,3 mil milhões de dólares. Berggruen, de 51 anos, solteiro, é hoje um homem que ganhou fama nos media internacionais por "não ter casa". Nascido em Paris, tem dupla nacionalidade: é americano e alemão. Filho do coleccionador de arte Heinz Berggruen e da actriz Bettina Moissi, Nicolas é reconhecido pelo seu estilo "pouco convencional". Formado em Finanças e Negócios Internacionais, na New York University, nos Estados Unidos, Berggruen é hoje um discreto investidor no mundo dos media. Mas é na área da filantropia que Berggruen marca a diferença no mundo da alta finança. E isto porque quer fazer a diferença promovendo o debate intelectual. O Instituto que preside - e que tem o seu nome - é prova disso. O "Nicolas Berggruen Institute", que faz parte da Berggruen Holdings, entidade que à qual pertencem 37 grandes empresas, tem como objectivo inovar e promover, pelo mundo, as boas práticas de governação. A Berggruen Holdings marca presença, em Portugal, na Prisa, que controla a Media capital, que é detentora da TVI, e na Leya. O investidor é sócio de Pais do Amaral. M.A.
"Vou investir mais em Portugal"
EM LISBOA PARA PROMOVER O SEU LIVRO, BERGGRUEN MOSTRA-SE OPTIMISTA EM RELAÇÃO AO PAÍS.
"Se existe um momento para procurar investimentos em Portugal , provavelmente é agora". Quem o afirma é Nicolas Berggruen, sócio milionário de Miguel Pais do Amaral. O investidor, que é accionista da Prisa e do 'Le Monde', através da Berggrun Holding que preside, afirma em entrevista exclusiva ao Económico, que vai " investir mais em Portugal ". Os sectores, esses, serão aqueles onde já marca presença - nos media e na publicações. Mas há mais. Berggruen, que está presente em Portugal na Prisa (que controla a Media Capital, detentora da TVI) e na Leya, mostra interesse em investir no sector dos serviços (incluindo em tecnologias), no sector turismo, que considera ser "uma área que se pode desenvolver muito", e no sector de imobiliário.
Sobre a sua relação com Pais do Amaral, diz que tem tido "muita sorte porque tenho uma parceria, há anos, com o Miguel Pais do Amaral. Irei olhar para muitas das coisas que ele está a seguir. Temos tido experiência em media e publicações e vamos continuar a olhar para essas áreas." Sobre como irá realizar esses investimentos, uma certeza: qualquer investimento, nessas áreas, será via Pais do Amaral.
Optimista em relação à economia Portuguesa, o presidente da Berggruen Holdings, entidade que detém 37 empresas (entre elas a Hoover Treated Wood Products, a Meier on Rothschild, a Wind Power e a Berggruen Farming), reconhece que os portugueses estão a passar um período difícil mas adianta que este processo, de transição, é necessário. Concordando com algumas medidas e discordando de outras, "o facto é que o caminho é este."
Reconhecido internacionalmente por ser o "milionário sem casa", "por opção", como faz questão de salientar, Berggruen considera que Portugal tem muito futuro. "Além do mais tem a mesma língua que pelo menos dois grandes países emergentes".
Sobre a questão "pessoal" de não ter tecto, isto é, de não poder chegar a casa e sentir " I am back" [estou de volta], o investidor diz que desta forma desenvolve o instituto da experiência - e não tanto o da posse.
A fortuna
Com uma fortuna avaliada em cerca de 2,3 mil milhões de dólares (segundo a Forbes), este solteirão, que adora festas e que já foi fotografado ao lado de inúmeros nomes da moda e do glamour, tem vindo a ganhar destaque no mundo da alta finança por ser um "pensador", que quer promover o debate intelectual entre as nações. "Governação Inteligente para o século XXI" (Editora Objetiva, que pertence ao grupo Prisa- Santillana) é a obra que promoveu, ontem, na Fundação Luso Americana (Flad), em Lisboa. Sobre este livro, que assina a quatro mãos com Nathan Gardels, de notar que conta com a colaboração de um elenco de peso. Fernando Henrique Cardoso, Francis Fukuyama, Gerhard Schroeder são apenas alguns dos nomes que constam nesta obra, prefaciada por Felipe González.
Sobre o livro, de salientar que o mesmo defende que o melhor caminho de todos, em termos de governação, é algo que fica no meio entre os modelos seguidos pelo Ocidente e pelo Oriente.
(publicado a 15/01/13 no DE).
Veja aqui o vídeo de apresentação do programa, que está a ser emitido esta semana na "Ideias em Estante", no ETV.
JUNHO
17h00. Museu Nacional da Imprensa - Porto
15h30. Feira do Livro de Lisboa
16h00. Auditório da APEL - Feira do Livro
16h30. Feira do Livro de Lisboa
3 de junho, 2f
19h00. Auditório da APEL - Feira do Livro de Lisboa
6 de junho, 5f
18h00. Centro Atlântico, Feira do Livro de Lisboa
18h30. Praça Leya, Feira do Livro de Lisboa
19h00.Bertrand Picoas Plaza
7 de junho, 6f
18h00. Universidade Lusíada, Auditório 1
10 de junho, 2f
11 de junho, 3f
18h30. fnac do Chiado - Lisboa
12 de junho, 4f
18h30. Restaurante Cais da Pedra (Santa Apolónia - Lisboa)
13 de junho, 5f
18h30. fnac do Chiado - Lisboa
14 de junho, 6f
18h00. Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade Técnica de Lisboa
18 de junho, 3f
18h30. Biblioteca Nacional de Portugal (Campo Grande)
19 de junho, 4f
18h30. Livraria Almedina Estádio Cidade de Coimbra
20 de junho, 5f
18h00. Auditório da VdA (Vieira de Almeida & Associados) - Lisboa
21 de junho, 6f
17h00. Livrododia
25 de junho, 3f
18h30. Convento do Carmo (GNR) - Lisboa
26 de junho, 4f
18h00. Livraria Leya na Latina - Porto
CONFERÊNCIAS/EXPOSIÇÕES
10 junho, 2f
12h00. Hotel Real Palácio
MAIO
3 de maio, 6f
18h30. Livraria Bertrand Dolce Vita Coimbra
18h30. Pasteis de Belém - Lisboa
6 de maio, 2f
15h00. Universidade Autónoma de Lisboa
Outros Lançamentos
7 de maio, 3f
18h30. Fnac do Chiado
9 de maio, 5f
18h30.Restaurante A Commenda, CCB (Praça do Império, Lisboa)
11 de maio, sábado
14h30. Fórum Municipal Romeu Correia, Auditório Fernando Lopes-Graça - Almada
15h00. Auditório do Museu Neo-Realismo - Vila Franca de Xira
16h00. El Corte Inglês, Livraria, Piso 6 - Lisboa
13 de maio, 2f
18h30. Espaço do Autor da Livraria Bertrand do Chiado
14 de maio, 3f
15 de maio, 4f
17 de maio, 6f
21 de maio, 3f
23 de maio, 5f
25 de maio, sábado
27 de maio, 2f
29 de maio, 4f
18h30. Academia das Ciências de Lisboa (Salão Nobre)
30 de maio, 5f
18h30. Universidade Católica de Lisboa
31 de maio, 6f
Paulinas Editora
10 de maio, 6f
18h30.Culturgest - pequeno auditório
ABRIL
1 de abril, 2f
4 de abril, 5f
18h00. Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa
18h30. Bertrand do Chiado
5 de abril, 6f
18h30. Sala 2 da casa de música do Porto
7 de abril, domingo
10h00. Centro Cultural de Belém - Lisboa
10 de abril, 4f
19h00. Fnac Colombo
11 de abril, 5f
18h30. El Corte Ingles - Lisboa
23 de abril, 3f
18h30. ABC (Airport Business Center) - Lisboa
30 de abril, 3f
18h30. ISEG - Auditório 2
Bizânico
Opera Omnia
Outros Lançamentos
Temas e Debates
CONFERÊNCIAS/EXPOSIÇÕES
12 de abril, 6f
18h30. Culturgest - pequeno auditório
MARÇO
1 de março, 6f
18h30. Livraria Ferin (Rua Nova do Almada, 70-74)
Bertrand Editora
Outros Títulos
2 de março, sábado
17h00. Fnac do Fórum Coimbra
3 de março, domingo
10h00. CCB
4 de março, 2f
19h00. Livraria Almedina Atrium Saldanha, em Lisboa.
Disponível também
5 de março, 3f
18h. Ordem dos Economistas. Lisboa
18h30. El Corte Inglés de Gaia
18h30. Fnac - Centro Comercial Colombo. Lisboa
6 de março, 4f
18h30. Livraria Leya na Buchholz - Marquês de Pombal
Outros Lançamentos
7 de março, 5f
18h30. Fnac do Chiado
8 de março, 6f
19h30. Fnac de Coimbra
Outros Lançamentos
12 de março, 3f
18h30 - Livraria LeYa na Buchholz, Lisboa - Marquês de Pombal
Outros Lançamentos
13 de março, 4f
18h30. Livraria Leya Buchholz - Marquês de Pombal
15 de março, 6f
18h30. Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto
19h30. Restaurante "Academia dos Grelhados" - Carnide
Outros lançamentos
Este post, que será constantemente actualizado, dá a conhecer os lançamentos editoriais - ficção e não ficção.
AGOSTO
23 de agosto, 6f
21h00. Substância - Sines
24 de agosto, sábado
16h00. Cave do Cinema King - Lisboa
18h00. Casa das Artes de Felgueiras
25 de Agosto, domingo
Município de Pinhel
PASSADOS
AGOSTO
2 de Agosto, 6f
21h00. Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros
3 de Agosto, sábado
15h00. Livraria Les Enfants Terribles
15h30. Casa da Cultura Jaime Lobo Silva - Ericeira
JULHO
4 de julho, 5f
18h30. Bertrand do Chiado
18h30. Fnac Colombo - Lisboa
5 de julho, 6f
9 de julho, 3f
16 de julho, 3f
26 de julho, 6f
O jornalista Vítor Matos, autor da biografia de "Marcelo Rebelo de Sousa", é o convidado de Mafalda de Avelar no programa "Ideias em Estante" de 25 de Dezembro de 2012.
Assista, aqui, à entrevista que foi emitida no ETV ( canal 16).
In press ( BOOKTAILORS)
"5º edição dos Prémios de Edição LER/BOOKTAILORS: Início período de votação do público"
Informamos que teve início o período de votação do público nos finalistas da 5.ª edição dos Prémios de Edição LER/BOOKTAILORS. Na presente edição foram aceites a concurso obras publicadas nos anos de 2011 e 2012, em todas as categorias de design, fotografia e ilustração.
Os interessados poderão votar até dia 31 de janeiro. A votação do público contará 20 % na eleição final dos vencedores.
A cerimónia de entrega decorrerá na 14.ª edição das Correntes D’Escritas, no dia 23 de fevereiro.
Para votar, basta ir ao blogue dos Prémios de Edição LER/BOOKTAILORS.
--
Prémios de Edição LER / BOOKTAILORS
http://premiosdeedicao.blogs.sapo.pt/
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(English version here)
"Merkel segue as noções conservadoras de Hayek", afirma Nicholas Wapshott, autor de "Keynes/Hayek".
Em entrevista afirma ainda que "Hayek é conhecido como o santo-padroeiro do mercado livre e os homens de negócios adoram-no. No entanto, ele nunca trabalhou durante um minuto da sua vida para o sector privado."
(in "Ideias em Estante", coluna publicada no DE, em 28/12/12)
KEYNES/HAYEK
O maior debate da história começou com um pedido de um livro. Um duelo sobre o papel do Estado e o destino da economia mundial
"O maior debate da história da economia começou com um simples pedido de um livro. Nas primeiras semanas de 1927, Friedrich Hayek, um jovem economista de Viena, escreveu a John Maynard Keynes, para o King´s College de Cambridge, pedindo um manual de economia escrito 50 anos antes, o livro de Francis Ysidro Edgeworth com o título exótico de 'Mathematical Psychics' (Psíquica Matemática). Keynes respondeu com uma simples linha num postal sem ilustração: "Lamento dizer que o meu stock do 'Mathematical Psychics' já se esgotou." Hayek, um jovem economista desconhecido, ousava assim desafiar Keynes, naquela época já um reconhecido economista.
Segundo Nicholas Wapshott, autor de " Keynes/Hayek - O Confronto que Definiu a Economia Moderna" (D. Quixote), o duelo teve ali o seu início. De forma muito descritiva, o jornalista Wapshott, que é autor de "Ronald Reagan e Margaret Thatcher: a Political Marriage", apresenta as origens - e a história - destes dois grandes economistas, o seu cruzamento intelectual e os homens que os seguiram. Uma longa viagem que ainda hoje marca a agenda das maiores economias do mundo e dos maiores pensadores da actualidade. Exemplo disso é o braço de ferro que Paul Krugman comprou, nomeadamente, com a Europa. Algo que pode ser também entendido no último artigo de Jeffrey Sachs no FT, denominado "We must look beyond Keynes to fix our problems".
"Pode um governo salvar uma economia à beira do colapso?" e "Qual a melhor resposta para uma crise: medidas de austeridade ou políticas de crescimento?" são questões que mexem com a vida de todos e que continuam a marcar a grande divisão entre liberais e conservadores. Um grande duelo sobre o papel do Estado na Economia e o destino da economia mundial, que merece a pena ser respondido pelo autor desta obra.
A:Considera que a relação entre " Keynes e Hakyek" é "o confronto que definiu a Economia Moderna". Porquê?
Wapshott: O cerne da disputa entre Keynes e Hayek começada há 80 anos atrás é idêntica à escolha política apresentada hoje aos decisores políticos e eleitores: podem os governos intervir de forma a atenuar o desemprego e o baixo crescimento económico? Até à publicação da Teoria Geral de Keynes em 1936, os governos mostravam-se relutantes em intervir nas suas economias. Como a Segunda Guerra Mundial pareceu demonstrar que o vasto investimento (em armamento) curou a questão do desemprego e provocou um crescimento da economia, os governos no Ocidente usaram livremente os métodos Keynesianos para estimular as suas economias em épocas de recessão. No entanto, desde a estagflação nos anos 70 que os limites monetários mais apertados restringiram a acção dos governos. O Monetarismo foi uma política desenhada por Milton Friedman, um admirador da máxima de Hayek de que os governos deveriam ser mantidos pequenos.
A: Considera que o Governo Norte- Americano segue "Keynes"? E a Europa?
Wapshott: Depois a crise financeira de 2008 e do congelamento que se seguiu dos bancos, a equipa do tesouro de George W. Bush propôs um estimulo Keynesiano de 800 biliões de dólares para prevenir que a economia americana entrasse numa recessão catastrófica, que parecia ser tão profunda e duradoura como a Grande Depressão da década de 30. O Presidente Obama pediu emprestado o dinheiro para colocar em prática este programa de estímulo. No entanto, em poucos meses deu-se um remorso de quem pede emprestado por parte do movimento do Tea Party nos EUA, e as restantes medidas de estímulo foram congeladas quando o Obama perdeu o controlo da Câmara dos Representantes nas eleições intercalares de 2010. Os Republicanos continuaram a dominar a Câmara e colocaram um ponto final na continuação de medidas de estimulo Keynesianas pedidas por Obama. As disputas entre a Câmara e a Casa Branca durante o Verão passado relativas ao limite da divida, e actualmente sobre o "penhasco fiscal", continuam a batalha dos anos 30 entre Keynes e Hayek. Keynesianos como Obama estão preocupados com o desemprego, enquanto que os Hayekianos como o Tea Party estão mais preocupados com a inflação e com o crescimento do peso do Estado na economia, o que é um corolário natural das políticas expansionistas preconizadas pelo Keynesianismo.
Na Europa, os alemães governados por Merkel seguem as noções conservadoras Hayekianas de que os governos devem estar atentos à inflação e controlar os gastos. Isto tem significado impor uma política de austeridade em toda a Europa, mas particularmente nos países do Mediterrâneo cujos governos têm grandes quantidades de divida. A austeridade provoca desemprego e reduz abruptamente o tamanho dos Estados. Mas também é indutora de recessão em países que necessitam de pleno-emprego para pagar os seus empréstimos. A abordagem Hayekiana é como tal auto-derrotista. Em contraste com Merkel, Fraçois Hollande na França, tem sugerido concentrar-mo-nos em primeiro lugar no estimulo do crescimento - um impulso Keynesiano - no entanto o domínio alemão da União Europeia significa que ele, também, tem sido obrigado a tirar pessoas do emprego, de modo a reduzir os empréstimos do governo francês. Isto é puramente Keynes vs Hayek.
A:Qual foi a maior surpresa nas "escritas" desta obra?
Wapshott: A maior surpresa para mim ao investigar a vida de Keynes e Hayek foi ter descoberto que as percepções populares relativas a estes dois grandes pensadores eram bastante exageradas. Na América, Keynes é visto pelo conservadores como um socialista ou um comunista, sem ele nunca sequer ter sido membro do Partido Trabalhista. Ele é descrito como um inimigo do mercado livre e do capitalismo. Como tal foi um surpresa descobrir que Keynes entendia perfeitamente o mercado e ter sido capaz, através da sua mestria sobre como este funciona, arrecadar duas grandes fortunas. Ele costumava ficar na cama até à hora do almoço, com um copo de champanhe numa mão e o telefone na outra com seu corretor. Apesar de ter trabalhado durante um breve período de tempo para o governo, onde negociou o empréstimo dos Aliados junto dos banqueiros americanos para conduzir a Primeira Guerra Mundial, durante o resto da sua vida Keynes ofereceu os seus serviços e aconselhamento. Ele foi chairman de um companhia de seguros e pró-negócio, tendo inclusive aconselhado o presidente Franklin Roosevelt durante a Grande Depressão a não ser tão hóstil para com a iniciativa privada.
Hayek é conhecido como o santo-padroeiro do mercado livre e os homens de negócios adoram-no e às suas ideias. No entanto, ele nunca trabalhou durante um minuto da sua vida para o sector privado. Aliás, a única vez que ele esteve perto de abraçar a iniciativa privada foi quando ele se encontrava sem um tostão em Nova Iorque e aceitou um trabalho a lavar pratos. Antes das suas mãos estarem mergulhadas em espuma e água, ele foi resgatado por um professor de economia que lhe deu dinheiro. Hayek trabalhou sempre para o sector público, beneficiando de doações caritárias de homens de negócios ligadas a várias instituições académicas. No entanto, e durante a altura em que se estava prestes a reformar Hayek foi obrigado a vender a sua biblioteca pessoal à Universidade de Freiburg para se suster e morreu sem um tostão. Há aqui uma lição parece-me, para os que insistem que só aqueles que percebem de negócios - Mitt Rommey, por exemplo - são competentes a gerir uma economia.
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TOP Económico
dos livros de economia e gestão mais vendidos
de 17 a 23 de Dezembro de 2012
1
Basta!
Camilo Lourenço/Matéria Prima
Vídeo-entrevista ao autor disponível aqui
2
O Banco- Como a Goldman Sachs dirige o Mundo
Marc Roche/Esfera dos Livros
Vídeo-entrevista ao autor disponível aqui
3
Acabem com esta crise já!
Paul Krugman/Presença
José da Silva Lopes fala sobre esta obra. Vídeo- entrevista aqui
4
Steve Jobs
Walter Isaacson/Objectiva
5
As Contas Politicamente Incorrectas da Economia Portuguesa
Ricardo Arroja/Guerra&Paz
Vídeo - entrevista ao autor disponível aqui
6
O Livro das Decisões
Mikael Krogerus/Marcador
7
Ganhar com as Apostas Desportivas
Paulo Rebelo/Marcador
8
Quem Mexeu no Meu Queijo
Spencer Johnson/Pergaminho
9
Criar Modelos de Negócios
Alexander e Yves Osterwalder/Dom Quixote
10
Resgatados
David Dinis e Hugo F. Coelho/Esfera dos Livros
Vídeo-entrevista ao autor disponível aqui
O TOP ECONÓMICO apresenta as obras De Economia e Gestão mais vendidas em Portugal. É elaborado com a colaboração da Almedina, Babel, Barata, Bertrand, Book.it, Bulhosa e Fnac
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in press release da Editorial Caminho (grupo Leya)
"Gonçalo M. Tavares nomeado para o Prémio Literário Europeu na
Holanda - com Aprender a Rezar na Era da Técnica"
"O escritor Gonçalo M. Tavares foi nomeado para o Prémio Literário Europeu 2013 para o melhor romance europeu traduzido para holandês no ano transacto, com Aprender a Rezar na Era da Técnica, editado em Portugal pela Caminho, anunciou a Fundação Holandesa para a Literatura.
Publicado na Holanda pela Querido, Aprender a Rezar na Era da Técnica (Leren bidden in het tijdperk van de techniek ) foi traduzido por Harrie Lemmens.
Entre os vinte finalistas contam-se nomes como Martin Amis (com Lionel Asbo), Javier Marías (com Os Enamoramentos), Emmanuel Carrère (com Limonov), Hilary Mantel (com Bring Up the Bodies) e Ian McEwan (com Sweet Tooth).
O Prémio Literário Europeu é uma iniciativa do Centro Académico Cultural SPUI25, da Fundação Holandesa para a Literatura.
Este galardão literário vai já na sua terceira edição, tendo distinguido Marie NDiaye, com Três Mulheres Poderosas (Teorema), e Julian Barnes, com O Sentido do Fim (Porto Editora), em 2011 e 2012, respetivamente.
O autor da obra vencedora receberá 10 mil euros e o tradutor 2,5 mil euros.
A obra Aprender a Rezar na Era da Técnica de Gonçalo M. tavares, que tem sido aclamada internacionalmente, está também nomeada para o IMPAC Dublin Literary Award 2013 e já venceu o Prémio para Melhor Romance Estrangeiro em França em 2010, tendo sido finalista, nesse mesmo ano, do Médicis e do Femina."
( in press release da Editorial Caminho)
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- A Competitividade e as Novas Fronteiras da Economia
- Como a Economia Ilumina o Mundo
Rampini, autor do Século Chinês
Stephen Dubner e Steven Levitt, autores de "Freakonomics"
Tim Hardford, autor de "O Economista Disfarçado"
Ashutosh Sheshabalaya, autor de "Made in Índia"