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Foi em 2000. Há 12 anos. Vivia em São Paulo, Brasil, e a pedido de Silvio Cioffi, editor de Turismo da Folha de S. Paulo, viajei até Brasília. À cidade que tem a assinatura de Oscar Niemeyer e Lucio Costa.
O que descobri? Um mundo de sonho tornado em realidade. Descobri Brasília. A capital de um país, idealizada por Juscelino Kubitschek e realizada por Oscar Nieymeyer e Lucio Costa, dois nomes que "redefiniram a cultura brasileira do século 20", como escreve Guilherme Wisnik, num artigo publicado hoje pela Folha.
Hoje o mundo está de luto. Mas Oscar Niemeyer viverá para sempre. Morreu com 104 anos e teve a sorte, o mérito e o talento de deixar muita obra (e, ainda muitos projectos). Mas tem mais: Niemeyer conseguiu "construir" a capital de um país! Nada mais nada menos do que a capital do Brasil. Um feito, com história, para homens que mudaram a história não só da arquitectura; mas sobretudo da "sociologia arquitectónica" de um país.
Deixo-vos a entrevista a Oscar Niemeyer, realizada a quatro mãos com Silvio Cioffi, para a Folha de S.Paulo; e a minha visão de Brasília.
BRASÍLIA, 40
Convocado por Juscelino Kubitschek, Niemeyer começou a pensar na capital numa manhã de setembro de 56
Gestação da cidade começou há 44 anos
(2 de Outubro de 2000)
MAFALDA AVELAR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
SILVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO
Oscar Niemeyer lembra que começou a pensar nas formas dos prédios de Brasília "numa manhã de setembro de 1956". À essa altura, Juscelino Kubitschek já era presidente da República e tratava de colocar em prática a palavra de ordem de sua campanha, que prometia fazer o Brasil "avançar 50 anos em 5".
JK tinha pressa e, fixado na idéia de interiorizar o desenvolvimento do país, planejava mudar a capital federal do Rio para o Planalto Central. Foi, então, à casa de Niemeyer, na estrada da Gávea, convocando-o para um passeio de carro, onde expôs a sua idéia.
"A partir desse dia, passei a viver em função de Brasília", conta o arquiteto que, em quatro anos, entre 1956 e 1960, se empenhou na construção da nova capital.
Hoje Brasília é uma quarentona e Niemeyer, de 92 anos, lembra com saudade dos tempos heróicos da construção, afirmando que a capital federal tem uma característica que o agrada muito: "É uma obra de brasileiros".
"Foram brasileiros que a idealizaram, desenharam e construíram; brasileiros foram os artistas que nela colaboraram e, também, os materiais empregados."
Para Niemeyer, "foi essa vontade e essa determinação que permitiram, pela primeira vez, que uma capital fosse construída em apenas quatro anos". Passados 44 anos daquela manhã de setembro, o arquiteto concedeu à Folha a seguinte entrevista.
Folha - Construir uma cidade inteira para ser capital é um dado raro na biografia de um arquiteto. Como foi que o sr. recebeu o convite de JK para projetar Brasília?
Oscar Niemeyer - A arquitetura de Brasília começou em Pampulha (1942-3), quando Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte.
Foi a mesma correria, o mesmo problema de tempo e de verbas, o mesmo desejo de criar a surpresa desejada e de fazer uma coisa diferente, capaz.
Folha - Brasília foi divisor de águas na sua carreira de arquiteto? Como foi construir a capital no "meio do nada", em pleno Planalto Central? Em algum momento o sr. duvidou que a capital federal fosse ficar pronta no tempo planejado? E as saudades do Rio?
Niemeyer - Brasília obrigou-me apenas a estudar prédios diferentes. A pensar nos problemas da unidade arquitetural, sempre preocupado com a idéia de que ela deveria estar pronta em apenas quatro anos.
E, é claro, tivemos problemas pela frente. Faltavam programas indispensáveis aos projetos iniciados. E aquela solidão, a falta de conforto. Parecia que estávamos no fim do mundo.
Recordo o grande barracão onde trabalhávamos, o telhado de zinco, e me espanta lembrar que foi ali, com o maior desconforto, que projetamos todos os palácios da nova capital.
É evidente que procuramos reagir contra tudo isso. De JK e de Israel Pinheiro, seu braço direito, tínhamos todo o apoio e podíamos fazer o que bem entendêssemos -uma liberdade desejada, mas que, sem dúvida, mais responsabilidade nos dava na execução dos nossos projetos.
Folha - Os custos da construção corresponderam aos orçados? Qual era o clima das pessoas envolvidas na construção? O sr. vinha regularmente ao Rio?
Niemeyer - Nunca cuidei dessa parte financeira. O importante era projetar a nova capital, fazê-la bonita como JK sonhava. E isso criava o clima de entusiasmo e determinação que a construção de Brasília exigia.
Lembro-me com saudades daqueles tempos. O trabalho de sol a sol, e nós, engenheiros, arquitetos e operários, a vivermos as mesmas inquietações, os mesmos desconfortos, num ambiente de igualdade que, antes disso tudo, não conhecíamos.
Era como se a vida tivesse evoluído e, assim, a discriminação e a injustiça, que ainda existem neste estranho mundo, desaparecido.
Infelizmente isso durou pouco. Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960, vieram os homens de negócios e do poder e, com eles, essa sociedade de classes que precisamos modificar.
Folha - O que o sr. sentiu no dia da inauguração? Seus colegas arquitetos de outras partes do mundo comentaram esse dia? Quando é que Le Corbusier, seu mestre, visitou Brasília pela primeira vez?
Niemeyer - Satisfeito, vi as festas de longe, muito fraque, muito luxo para mim.
E Brasília é discutida até hoje.
O arquiteto Le Corbusier visitou a capital depois de ela ser inaugurada e, ao subir a rampa do Congresso e ver as grandes cúpulas construídas, não se conteve e disse: "Aqui há invenção."
Folha - Se o sr. fosse sugerir um passeio por Brasília, que roteiro seria o mais indicado?
Niemeyer - Aos visitantes de Brasília, digo o seguinte: "Vocês vão ver os palácios, podem deles gostar ou não, mas nunca dizer terem visto antes coisa parecida". E isso é importante.
Folha - Qual é o edifício que mais lhe agrada? O palácio do Itamaraty, o do Planalto ou a catedral?
Niemeyer - O Itamaraty serve de pausa para as pessoas se prepararem para compreender uma arquitetura mais criativa. A da catedral, por exemplo.
Folha - Em termos de arquitetura, o que falta a Brasília? O sr. foi criticado depois da inauguração? Qual crítica considera a mais absurda?
Niemeyer - Não critico colegas, nem tomo conhecimento de críticas feitas à minha arquitetura. Não acredito numa arquitetura ideal, obediente a princípios preestabelecidos. Seria a vitória da repetição e da monotonia.
Não vejo a arquitetura que faço como o caminho a seguir. É a minha arquitetura, a arquitetura mais livre e criativa que prefiro. Cada arquiteto deve ter a sua própria arquitetura.
Folha - Consta que o sr. não gosta de viajar de avião -e que prefere fazer a viagem entre o Rio e Brasília de carro...
Niemeyer - Já viajei muito de avião, mas detesto voar. E só em situações muito especiais cometo essa imprudência!
Folha - Quando o sr. chega a Brasília, qual é a primeira coisa que costuma fazer? Ir a algum lugar?
Niemeyer - A primeira coisa que faço quando chego a Brasília é telefonar para os amigos.
Folha - Como o sr. vê a relação entre a sua arquitetura e a política? Se Brasília fosse feita hoje, no mesmo lugar, ela seria muito diferente?
Niemeyer - A relação entre a política e a minha arquitetura é fácil de explicar: gostavam do que eu fazia e me convocavam.
Política nunca prevaleceu nas nossas conversas. Julgavam-me equivocado -e eu deles pensava o mesmo. Com relação a Brasília... Brasília foi um sonho difícil de se repetir. O sonho de um presidente, Juscelino, um presidente que amava o seu país.
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Dimensões e arquitetura da cidade inaugurada em 60 surpreendem jornalista européia
Capital transcende fronteiras
(2 de Outubro de 2000)
MAFALDA AVELAR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Liberdade infinita é o sentimento que vem à flor da pele quando se chega a Brasília, convertida em capital do país em 21 de abril de 1960. A sensação de espaço sem fronteiras que nos coloca perante uma grande desvantagem face à nossa dimensão humana é constrangedora e, simultaneamente, motivadora. O mundo é grande, e o homem consegue construir aquilo que quiser, onde pretender. Essa é a teoria que é comprovada após uns breves minutos na capital.
O planalto e a visão sem limites não enganam. O espaço ilimitado é transcendente. Poucas são as cidades no mundo que hoje conseguem ter essa característica. Parece que não aterramos de avião, mas de uma aeronave espacial.
A ousadia e a beleza estética estão concentradas em Brasília de uma forma ímpar.
Tudo parece ter sido pensado e planejado até o mínimo pormenor com o objetivo de não se ouvirem queixas. Se Brasília fosse menor, quase me atreveria a compará-la a uma casa de bonecas muito bem desenhadinha.
Tenho que confessar que fiquei fascinada pela arquitetura e pelo urbanismo da cidade. O que antes era uma das minhas últimas prioridades, enquanto turista no Brasil, tornou-se um local a não deixar de visitar. É totalmente diferente de tudo a que uma européia está habituada. A dimensão é outra. As avenidas são grandes, os edifícios são altos, tudo é grande. Tudo à escala, pelo menos geográfica, do Brasil.
Mas o que mais surpreende é o fato de a ruptura com o urbanismo clássico não chocar nem os conservadores. Obviamente não estamos a falar de uma cidade com um grande passado. Mas de uma cidade de um passado bem presente na vida dos brasileiros e que em termos arquitetônicos bate todos os recordes. "50 anos em 5" não é mito, é realidade.
Brasília, capital de um país gigante, é mística. Toda ela brilha e a luz cega os olhos mais sensíveis, que não aguentam tanto poder concentrado. Para chegar lá basta ocupar um lugar político, ou de afins, na sociedade brasileira. Para desbravar o terreno e chegar à terra prometida que já tinha sido avistada, em sonhos, mesmo antes de qualquer promessa eleitoral em plena campanha presidencial nos anos 50, basta paciência.
O cariz e a energia que se sentem fazem-nos viajar no tempo. Tão depressa estamos perante uma realidade futurista como descemos e colocamos os pés na realidade bem brasileira. Adjetivos comparativos não existem porque não dá para comparar Brasília a nada. Ela é única.
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"No dia 5 de dezembro de 2012, quarta-feira, pelas 19:30, no Palacete Seixas, sede do Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, situado na Av. da Liberdade, 270 (junto ao Marquês de Pombal), o Professor Marcelo Rebelo de Sousa apresenta ao público o livro «Potencial Económico da Língua Portuguesa»”.
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Quem são? Quem são os protagonistas da Edição? Editores, designers, tradutores.... gente que faz acontecer. A palavra, a frase, o parágrafo, a imagem, o texto. A história.
Um registo com vida e com (muita) gente no meio de (outras) tantas páginas.
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"A Colecção Protagonistas da Edição tem por objectivo publicar grandes entrevistas de vida aos principais agentes do livro dos últimos 50 anos, deixando assim, para memória futura, o percurso pessoal e profissional destas personalidades. O primeiro volume é dedicado a Fernando Guedes, decano da edição portuguesa, e fundador da Editorial Verbo. Os volumes seguintes serão dedicados a Carlos da Veiga Ferreira e Guilhermina Gomes." in sinopse.
Título: Fernando Guedes - o decano dos editores portugueses
Coleção: «Protagonistas da Edição»
Autor: Sara Figueiredo Costa
Editor: Booktailors
Apresentador: Francisco Espadinha
O lançamento está marcado para dia 5 de dezembro, na Casa Fernando Pessoa, pelas 18.30, e terá apresentação de Francisco Espadinha
in press- release
«[…] havia, da parte dos editores, uma maior preocupação cultural do que há hoje,
e não é porque os editores sejam piores, mas apenas porque o mercado galgou por cima de tudo.»Fernando Guedes.
"Esta e outras questões marcam, há vários anos, o debate no meio editorial, pelo que a Booktailors desafiou a jornalista Sara Figueiredo Costa a realizar entrevistas de vida a editores, designers e tradutores que marcam a história da edição em Portugal. Fernando Guedes, fundador da Editorial Verbo, é o protagonista deste 1.º volume, que aborda os desafios da edição em paralelo com o retrato de uma das suas mais importantes figuras. O lançamento está marcado para dia 5 de dezembro, na Casa Fernando Pessoa, pelas 18.30, e terá apresentação de Francisco Espadinha.
Do advento dos livros nos hipermercados às futuras eleições da APEL, das primeiras participações na Feira de Frankfurt à integração da Verbo no grupo Babel, Fernando Guedes não se furta a temas ou a incómodos. Uma perspetiva lúcida e abrangente de um setor que passou de familiar a multinacional."
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Sofia Santos é a convidada de Mafalda de Avelar. O seu livro "A Banca em Portugal e a Economia Verde" é analisado no "Ideias em Estante" de 4 de Dezembro de 2012.
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Livro em análise: "Lisboa, os Açores e a América" (Almedina), de José Filipe Pinto
"Portugal deve assumir-se como um país de articulação e fronteira"
AUTOR APRESENTA A IMPORTÂNCIA DA BASE DAS LAJES PARA A DEFESA NORTE-AMERICANA. E FALA, LÊ-SE NAS ENTRELINHAS, DE UMA CERTA MIOPIA EM RELAÇÃO A ESTE TEMA, QUE É ESTRATÉGICO PARA PORTUGAL.
É um dos assuntos nacionais do momento. A diminuição da presença norte-americana na base das Lajes , nos Açores. Em momento oportuno, José Filipe Pinto, professor catedrático da Universidade Lusófona, lança a obra " Lisboa, os Açores e a América". Um livro que merece a pena ser lido para um melhor entendimento deste precioso triângulo. Em entrevista, o autor afirma que Portugal necessita de elaborar um "conceito estratégico nacional". Leia abaixo algumas respostas do autor, que é o convidado da " Ideias em Estante ", que será emitida na próxima semana.
Diminuição da presença Americana nas Lajes . Como vê esta situação?
Vejo esta diminuição como um facto perfeitamente previsível e que, para mal dos trabalhadores portugueses da base e para a economia da Ilha Terceira, não foi devidamente acautelado do lado português.
Era uma decisão previsível porque os norte-americanos - que vieram para os Açores, "without any rental provision" - têm um longo historial de tentativas de desvalorização da importância estratégica da Base das Lajes , como forma de fragilizar a posição negocial por parte de Portugal.
Como Portugal não soube tirar partido do activo de que dispõe e fez dos empregos - directos e indirectos - na base a principal razão do Acordo, os EUA podem poupar verbas do seu Orçamento da Defesa e continuar a usufruir da base lançando para o desemprego uma mão-de-obra que a economia local não vai conseguir absorver.
Qual a importância do triângulo: Lisboa, Açores e América?
Este triângulo é muito importante para a segurança do Atlântico Norte, da América do Norte e da União Europeia numa conjuntura em que a subida aos extremos deixou de ser monopólio dos Estados que se vêem desafiados por poderes erráticos e que movimentam verbas muito elevadas.
Numa altura em que discute a inevitabilidade da criação de uma SATO ou de uma ATO para garantir a segurança em todo o Atlântico, este triângulo assume uma importância ainda maior devido à condição simultaneamente europeia e lusófona de Portugal.
Como é que Portugal pode tirar partido da nossa situação geográfica?
Na actualidade, Portugal, para além da fronteira geográfica, praticamente convertida em mero apontamento administrativo, dispõe de uma fronteira de segurança - a NATO -, de uma fronteira cultural - a CPLP - e de uma fronteira político-económica - a União Europeia.
Face a esta multiplicidade de fronteiras, Portugal deve assumir-se como um país de articulação e fronteira entre os vários espaços a que pertence.
Afinal, da nossa língua vê-se o mar e a terra para cujo desenvolvimento a nossa diáspora tanto contribui.
E hoje o que pode Portugal fazer para valorizar o seu activo estratégico?
Portugal necessita de elaborar um conceito estratégico nacional - o eixo da roda de Adriano Moreira - que defina o papel de Portugal no Mundo. Trata-se de um projecto que não pode ser de um Governo, mas de um Povo e, como tal, é urgente o debate colectivo sobre o país que queremos e que estamos em condições de construir. Um conceito estratégico nacional que, mais do que colocar a esperança num rei vencido, assente na certeza de que é possível limitar a condição exógena sem cair em isolacionismos redutores e impossíveis.
" Base das Lajes : jogos de poder ou rapina de soberania?". Qual a razão para a escolha deste subtítulo?
A escolha do subtítulo resulta de dois factores primeiro tem a ver com a circunstância de a obra se inserir no âmbito da Ciência Política e das Relações Internacionais, áreas onde as noções de "poder" e "soberania" são fundamentais. A circunstância de tanto os Açores como os Estados Unidos da América terem como símbolos duas aves de rapina ajudou à ligação dos conceitos.
O segundo prende-se com a pertinência de explicar a forma como Portugal não tem sabido rentabilizar a Base das Lajes . Por isso, a obra procura saber se este subaproveitamento é resultado de culpa própria ou de uma atitude imposta pela superpotência norte-americana. Daí a forma interrogativa.
(Este texto foi publicado na "Ideias em Estante" (DE) a 30/11/2012)
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Ashutosh Sheshabalaya, autor de "Made in Índia"