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Desconfiamos que não.
E por isso entrevistámos Mark Boyle.
A conclusão: viver sem dinheiro afinal é possível. Pelo menos para este autor, economista e ex-empresário que optou pelo “back to basics”.
Conheça o caso de Mark Boyle, fundador de Freeconomy
Manuel Forjaz é o convidado da "Ideias em Estante"
Será que é possível viver sem dinheiro neste mundo consumista onde tudo (ou quase tudo) parece ter um preço? Não parece real que alguém viva sem dinheiro . "Isso é impossível" dirá o leitor mais céptico. O certo é que Mark Boyle , economista e antigo empresário, vive há três anos " sem ver a cor do dinheiro ."
Foi uma opção. Estudada. Dia 29 de Novembro de 2008, Mark Boyle virou costas aos hábitos de vida dos nossos dias e embarcou numa viagem comandada pela auto-suficiência, pelas trocas directas, pela casa de banho de compostagem, pela pasta de dentes de choco e por um mundo de iguarias sazonais onde até a solidão foi (recentemente) trocada pela companhia de quem partilha o mesmo estilo de vida. Ao estilo "amor e uma caravana", Boyle vive numa quinta em Bristol, Inglaterra, sem mexer num tostão.
Porquê sem dinheiro?
"O dinheiro é um pouco de amor. Passamos toda a nossa vida atrás dele, contudo, apenas alguns de nós compreendem o que ele é realmente". É nestes termos que Boyle justifica a sua opção. E responde depois à questão que se impõe: é difícil?
"Percorrer o caminho de uma vida sem dinheiro é como percorrer uma floresta virgem a meio da noite sem lanterna. (…) Não fazemos ideia do que está à nossa frente ou o quanto devemos caminhar. Todavia caminhamos. Inevitavelmente, tropeçamos, caímos, magoamo-nos, mas levantamo-nos de novo. (…)" escreve Boyle em "O Homem sem Dinheiro ", obra recém lançada em Portugal. Segundo o autor, o livro "é um esboço do mapa da floresta. A vida sem dinheiro é uma aventura. E, tal como qualquer aventura, é preciso, de tempos a tempos, deixar o mapa de lado e ver onde o caminho vai dar", diz.
Fundador do Freeconomy, movimento que ajuda as pessoas a relacionarem-se nas comunidades locais através do simples acto de partilha, Boyle tem cada vez mais seguidores por todo o mundo. Só na sua página na web (justfortheloveofit.org) são mais de 30 mil.
Sempre com um grande sentido de humor, Mark Boyle participou via telefónica no programa do ETV "Ideias em Estante" dedicado ao tema "Vida: Como nos podemos reinventar". O convidado foi Manuel Forjaz, consultor e amigo do autor (fomos nós que telefonamos; o autor tem telefone apenas para receber chamadas; carrega-o com luz solar).
Confessando que "nunca foi mais feliz", Mark Boyle não nega que sente falta de algumas coisas que o mundo do dinheiro lhe proporcionava. "Ir até a um 'pub'" é algo de que este Irlandês sente falta!"
Apesar do seu caso não ser novo, o lançamento do seu livro este mês em Portugal e a conjuntura económica e ambiental do mundo levam a pensar no tema.
Pensamentos Finais
"Estamos num ponto crucial da história. Não podemos ter carros velozes, computadores do tamanho de cartões de crédito e outros aparelhos modernos e em simultâneo dispor de ar puro, florestas abundantes, água potável fresca e um clima estável. Esta geração pode ter uma coisa ou outra, mas não ambas. A humanidade tem de fazer uma escolha. Ambas têm um preço. Parafernália ou natureza? Se se fizer a escolha errada, a próxima geração pode vir a não ter escolha", pode ler-se no livro de Boyle .
Mark Boyle , fundador da Freeconomy e autor de "O homem sem dinheiro ", livro que chega agora a Portugal Vive sem dinheiro . Consome o que produz e o que consegue "trocar". Licenciado em Economia, este antigo empresário inspira cada vez mais jovens. O seu 'website' (justfortheloveofit.org) tem mais de 30 mil membros.
(Texto publicado no Diário Económico dia 10/0
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"Mais um incentivo para ir trabalhar para a Alemanha(...)"
porque:
"Na Alemanha trabalha-se muito menos do que em Portugal", quem o afirma é o Embaixador Alemão em Portugal, Helmut Elfenkämper, em entrevista "Ideias em Estante".
"(... )e um pouco de Max Weber" em
" A ética protestante e o espírito do capitalismo"
Entre parentêses do dia:
(Não deixa de ser curioso que este texto seja "postado" no dia em que se anunciam "postos de trabalho na Alemanha!". Não foi propositado, mas poderia ter sido. Da entrevista que realizei, há duas semanas, ao Embaixador Alemão ficou um título “ Na Alemanha trabalha-se muito menos do que em Portugal”.
Até por isso, hoje, há um incentivo para ir para a Alemanha! E segundo relata a jornalista Madalena Queirós, numa grande reportagem, o presidente da Câmara de Schwäbisch Hall está de braços abertos para a mão de obra portuguesa: "Venham que há muitos empregos disponíveis” )
ACRESCE a isto tudo o facto de, por cá, não existir emprego...
Pior: estamos num país onde o Governo apela à emigração. Acreditando na designação "Governo", não consigo entender que se "mande" emigrar. Acho que essa é, obviamente, uma hipótese que todo o cidadão deve ter encima da mesa.
Mas, meus Senhores, essa é uma decisão Micro. Ao Estado, ao "Governo", cabe Governar e tentar ( com mais supervisão e menos intervenção) criar EMPREGOS! Por outras palavras, garantir Economia.
Sou das que acredito nas boas intenções... mas é preciso cuidado com as palavras e com os sinais que as mesmas transmitem.
Aos que advogam que "Ah o Governo diz isso porque está a ser realista e quer que as pessoas emigrem para viverem melhor" deixo-vos com uma sugestão: leiam Adam Smith.
Adam Smith definiu o capital humano da seguinte forma: ( In Wikipedia)
"Em quarto lugar, as habilidades adquiridas e úteis de todos os habitantes ou membros da sociedade. A aquisição de tais talentos, por meio da manutenção do adquirente durante a sua educação, estudo ou aprendizagem, sempre custa uma despesa real, que é capital fixo e realizado, por assim dizer, em sua pessoa. Esses talentos, fazem parte de sua fortuna, tal como também da sociedade à qual ele pertence. A destreza melhorada de um trabalhador pode ser considerada a mesma que uma máquina ou um instrumento de comércio, que facilita o trabalho, e que, embora os custos, que reembolsa as despesas com um lucro. "
E por aqui me fico.
--
"Na Alemanha trabalha-se muito menos do que em Portugal"
"A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO", DE MAX WEBER, FOI A OBRA ESCOLHIDA PELO EMBAIXADOR DA ALEMANHA EM PORTUGAL. UMA OBRA QUE PERMITE FAZER UM CONTRAPONTO, EM TERMOS DE TRABALHO, ENTRE A ALEMANHA DO SÉCULO XX E A DOS NOSSOS DIAS.
Conhece o "b-à-bá" da Economia? Se sim saberá, certamente, o peso que o "L", de Labour - que significa "trabalho"-, tem na equação do desenvolvimento económico. Décimo primeiro filho do abecedário, este primogénito da dezena ocupa, também, lugar central em algumas obras clássicas, que vão da sociologia à economia. De Karl Marx a Max Weber, o dito "L" nunca foi esquecido. Hoje, e particularmente num mundo ocidental em crise, o "L" continua poderoso e de costas largas. Serve de escudo para argumentos valiosos sobre o Euro; está na ordem do dia da concertação social e da competitividade; e chega mesmo a ser "o artista" que pode vir a desenhar o primeiro 'draft' das semelhanças entre estados europeus. Tudo isto, claro está, numa Europa em crise comandada por uma Alemanha, que - e na opinião de Helmut Elfenkämper, embaixador da Alemanha em Portugal -, "não quer mandar na carruagem". Mas que "de facto tem sido uma espécie de locomotiva sobretudo nos últimos dois anos depois de ter feito reformas importantes que tiveram como resultado um aumento da eficácia da economia". O que - e em conjunto com conjunturas muito boas, por exemplo, na China e nos países emergentes - "deu bons resultados", conclui o embaixador que foi convidado da entrevista "Ideias em Estante", que pode ser vista na íntegra no ETV.
Desafiado a falar da obra "A ética protestante e o Espírito do Capitalismo", livro que apresentou recentemente numa tertúlia pública, Elfenkämper, explica que escolheu este livro para que lhe fosse possível falar da actualidade política na Europa e na Alemanha. "Lembrei-me do título muito evocativo desta obra de Max Weber".
Porquê?
"A minha ideia com a apresentação deste livro foi simplesmente escolher um ângulo de abordagem ao problema que temos neste momento de resolver: a crise das dívidas soberanas e a crise do euro, dentro da zona euro". Uma crise "entre países que têm condições e estruturas económicas muito diferentes. O que tem provocado um debate na Europa que, às vezes, vai muito longe ... em estereótipos", afirma o embaixador que considera que esses juízos de valor podem "facilmente ter um carácter desagradável perante pessoas que pensam que os alemães estão a abordar os problemas de uma maneira demasiado rigorosa, que só pensam em poupar, em consolidar o orçamento e que não pensam no crescimento necessário". Por outro lado, "na Alemanha há vozes desagradáveis sobre atitudes do trabalho no sul da Europa".
"Daí o conflito, por exemplo, das alegadas diferenças das horas de trabalho feitas em diferentes países europeus". Mas o que é que estudos recentes mostram? Mostram que "na Alemanha trabalha-se muito menos do que em Portugal". Apesar desta conclusão não ser (estatisticamente) nova, a mesma serve para termos a certeza de que temos que procurar outras respostas para os problemas, conclui.
Ao que parece o "L" de Weber, que estabeleceu uma relação entre "religião e capitalismo", continua a ser recordado. Mais do que não seja para provar que os Alemães vivem um novo paradigma em relação ao trabalho. Hoje também querem prazer (Ps: em caso de dúvida visite Berlim).
Helmut Elfenkämper
Embaixador da Alemanha em Portugal desde 2009, Elfenkämper, que fala fluentemente português, diz que se vive um novo paradigma de "equilíbrio de vida" na Alemanha.
Este post também foi publicado no blog:www.livrosemanias.blogs.sapo.pt
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