“O meu desejo, era que daqui a 10 anos, Peter Drucker, se fosse vivo, pudesse escolher o caso Português como um Case Study de aplicação”, é com toda esta ambição profissional e igual admiração pelo “papa” da gestão, que Carlos Zorrinho, professor catedrático e coordenador para o Plano Tecnológico, fala do autor da obra que mais o marcou.
“Quando este livro saiu eu tinha acabado de me formar e estava a começar a minha carreira académica” diz o professor de gestão que dava aulas de Estratégia e de Investigação Operacional na Universidade de Évora. Zorrinho confessa que na altura “sentia uma certa frustração por me parecer que os métodos determinísticos não correspondiam à riqueza da dinâmica empresarial que estávamos a viver.” Ter visto um livro escrito por Drucker que diz exactamente que a chave da gestão é a recombinação permanente, é a capacidade de antecipar necessidades e de lhes dar resposta, que a estratégia é algo que emerge de uma boa adaptação à realidade “marcou-me muito”, desabafa Zorrinho, afirmando que este livro lhe abriu os horizontes para aquilo que “foi a minha área de trabalho académica e também de gestão de conhecimento e de informação.”
O professor diz mesmo que Drucker está para a gestão como Samuelson para a economia; e, que esta obra é o primeiro livro de gestão sobre as dinâmicas empresariais – aquelas que permitem antecipar o futuro. “Hoje se queremos triunfar no futuro temos que ter capacidade de antecipá-lo. De ser protagonistas dele.” Essa é a questão fundamental para Zorrinho que conclui dizendo: “Existem aqueles que interpretam o passado e o replicam; e, aqueles que interpretam o futuro e o antecipam”.