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Sexta-feira, 10 de Agosto de 2012
"Filosofia em Directo"

Publico, hoje, neste espaço as respostas dadas, na íntegra, pelo Professor Desidério Murcho ao Diário Económico.

 

Desidério Murcho é autor de "Filosofia em Directo", ensaio da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que pode comprar, hoje, com o DE por mais 2,4 euros.




Até que ponto é que a Filosofia é uma necessidade?

 

Para quem tiver curiosidade intelectual, a filosofia é fascinante porque se trata de investigar com todo o rigor o que não é insusceptível de ser conhecido nem experimentalmente, como acontece na física, nem matematicamente.

 

Contudo, uma actividade pode ser importante mesmo para quem não tem interesse nela. Ora, a filosofia é importante mesmo para quem não tem interesse nela porque uma parte importante do nosso modo de vida actual resultou de algum trabalho filosófico. Darei alguns exemplos já de seguida, mas é importante ressalvar desde já que há muitas áreas da filosofia que não têm qualquer interesse excepto para quem tiver curiosidade intelectual. E não há problema algum nisso. Todavia, há outras áreas da filosofia que são do interesse mesmo de quem não se interessa por filosofia. Por exemplo, a ideia de que as mulheres devem ter precisamente os mesmos direitos políticos e económicos do que os homens foi defendida por um filósofo do séc. XIX, John Stuart Mill; foi ele também que defendeu a liberdade de expressão. Estas duas ideias hoje parecem-nos óbvias, mas no séc. XIX estavam longe de ser óbvias; e talvez nunca se tivessem tornado óbvias se não tivessem sido discutidas filosoficamente. Também hoje nos parece óbvio que a Terra não está no centro do universo, mas foi preciso muito trabalho científico para se tornar óbvio.

 

Finalmente, a importância da filosofia para quem não tem interesse em filosofia é também o seguinte: em filosofia aprendemos a raciocinar e a teorizar intensamente sobre problemas que não podem ser resolvidos recorrendo à experimentação científica nem ao cálculo matemático; ora, muitos dos problemas importantes que queremos ver resolvidos, por vezes bastante práticos porque são problemas sociais, políticos e económicos, não podem ser abordados recorrendo à experimentação científica nem ao cálculo matemático. Saber raciocinar e teorizar intensamente, algo que se aprende a fazer quando se aprende filosofia apropriadamente, é por isso crucial.

 

Qual a razão para que, e na generalidade, seja mais fácil desistir do que insistir?

 

Penso que essa é uma pergunta para os psicólogos ou para os sociólogos. A mim parece-me óbvio que qualquer actividade que exija concentração e esforço, intelectual ou físico, exige a ultrapassagem da preguiça e do imediatismo facilitista em que muitas pessoas vivem mergulhadas (com todo o direito a isso!). Mas há outra razão que faz as pessoas desistir dos problemas da filosofia, e chama-se a isso “cientismo”: é a ideia de que ou um problema pode ser resolvido cientificamente ou não vale a pena pensar nele. Deveria ser óbvio que, com esta mentalidade, nunca a própria ciência teria sido inventada, pois antes de esta existir, por definição, os problemas não eram susceptíveis de resolução científica.

 

Qual o papel da Filosofia num mundo em crise? Conseguiremos enfrentar “a vida” com mais garra usando a filosofia?

 

Filosofia não é psicologia, nem é auto-ajuda para-religiosa; não tem coisa alguma a ver com dar garras às pessoas, com ou sem crise. Mas tem a ver com aprender a raciocinar melhor, e isso pode ser crucial para descobrir boas soluções imaginativas para a crise económica contemporânea. Tivessem os economistas e responsáveis políticos uma formação que lhes permitisse raciocinar e teorizar melhor, e talvez nunca tivéssemos entrado nesta crise. E agora que estamos nela, precisamos de saber raciocinar e teorizar para encontrar saídas adequadas, e para aprendermos com a experiência. 

 

 

 

 

 

Este post também foi publicado no blog:www.livrosemanias.blogs.sapo.pt

publicado por Mafalda Avelar às 08:00
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