. Ondjaki vence Prémio Lite...
. Cartas entre Drummond e J...
. "Papa Francisco - Convers...
. José Luís Peixoto o padri...
. José Gomes Ferreira e o s...
. O(s) prefácio (s) de Gasp...
. "Portugal: Dívida Pública...
. Agualusa vence Prémio Man...
. Conheça quais são as livr...
Pedro Magalhães é autor de "Sondagens, Eleições e Opinião Pública".
Pode adquirir, hoje, este livro com o DE. Por mais 2,4 euros.
Devem as pessoas acreditar em sondagens? Porquê?
Uma das coisas em que mais insisto no livro é na ideia de que aquilo que as pessoas pensem sobre as sondagens não deve estar baseado em “crença” ou “descrença”. O objectivo do livro é precisamente o de dar aos leitores, de forma simples, alguns dos instrumentos de que necessitam para poderem olhar para cada sondagem e para o seu conjunto de forma crítica, percebendo as suas potencialidades e limitações, e ficando a saber que aspectos (dimensão da amostra, método de amostragem, questões utilizadas, etc.) afectam os resultados. Sabendo isto, deixa de ser necessário olhar para as sondagens sob o ponto de vista da “crença” ou da “descrença.” Esses são termos adequados para discutir questões religiosas, espirituais, ou morais, não para atividades que lidam com factos e dados empíricos.
As Margens de Erro são uma desculpa ( que serve para quase tudo justificar)?
A existência de erro amostral resulta do facto de, numa sondagem, se usar informação recolhida junto de uma parte (a amostra) da população relevante para fazer inferências sobre toda essa população. Trata-se, por isso, de algo que tem de ser comunicado muito claramente, para que se perceba que, quando se quer dizer algo sobre uma população com base numa amostra, há sempre um preço a pagar: algum grau de incerteza. A vantagem das sondagens, contudo, é que essa incerteza pode ser estimada rigorosamente, ao contrário do que sucede quando damos um mero palpite. É isso que significa apresentar "margens de erro": incerteza, mas estimada rigorosamente. De resto, isto aplica-se a todas as medições de qualquer fenómeno, social ou natural, onde se use um número limitado de casos para fazer uma inferência sobre o todo. Só quem não compreende isto pode querer usar o erro amostral como “desculpa” ou interpretar a sua apresentação como tal.
Qual a relação entre "Sondagens" e "Democracia"?
As sondagens de opinião dão-nos informação sobre o que pensam os nossos concidadãos, e essa informação pode ser-nos útil para tomarmos as nossas próprias decisões numa democracia. Cada um de nós move-se num círculo social limitado, e é fácil formar convicções erradas sobre o que pensam os restantes membros da sociedade se nos basearmos apenas naqueles com quem convivemos. As sondagens de opinião ajudam a corrigir esse enviesamento natural, alargando e rectificando a nossa visão da sociedade. Para além disso, elas ajudam a contrabalançar afirmações muito comuns no discurso político, sobre o que “os portugueses pensam” ou “os portugueses querem,” geralmente baseadas em pouco mais do que os desejos daqueles que as proferem. Finalmente, importa não esquecer que a metodologia dos inquéritos por questionário é usada em muitas outras coisas para além dos estudos de opinião: grande parte da informação estatística sobre a sociedade e a economia portuguesas baseia-se nessa metodologia. Sem essa informação, a responsabilização política daqueles que nos governam seria certamente mais deficiente, e assim seria mais deficiente a nossa democracia.
Este post também foi publicado no blog:www.livrosemanias.blogs.sapo.pt
- A Competitividade e as Novas Fronteiras da Economia
- Como a Economia Ilumina o Mundo
Rampini, autor do Século Chinês
Stephen Dubner e Steven Levitt, autores de "Freakonomics"
Tim Hardford, autor de "O Economista Disfarçado"
Ashutosh Sheshabalaya, autor de "Made in Índia"