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O convidado desta semana é o autor de "O Efeito Facebook”. Único livro sobre o fenómeno social do momento que conta com a colaboração de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.
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Hoje vou abrir uma excepção. Vou publicar neste blog um artigo de opinião, que hoje se pode ler no Correio da Manhã.
O autor é padre, amigo, cidadão e apaixonado por causas. Não só mais também por isso merece esta excepção devidamente identificada.
Sr. Padre Calado Rodrigues obrigada por ser uma das vozes que luta contra o "despovoamento" do interior de Portugal.
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Leia aqui o artigo publicado no jornal diário "Correio da Manhã"
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Opinião in CM. ( 21.08.2011)
O novo bispo da diocese de Bragança vai encontrar uma região envelhecida e em assustador despovoamento
Bragança prepara-se para acolher o seu novo bispo, que será também o mais novo de Portugal. O Papa Bento XVI nomeou bispo da diocese de Bragança-Miranda o Pe. José Cordeiro, com apenas 44 anos. Não é muito habitual, nos tempos que correm, a Santa Sé designar um bispo com esta idade.
O bispo mais jovem de Portugal vai assumir uma das dioceses com a população mais envelhecida e o clero mais idoso, situada no interior de um país que atravessa uma das maiores crises da sua história. Talvez por isso encare a sua missão com "temor e tremor".
Além de envelhecida, vai encontrar uma região em assustador despovoamento (só nos últimos 10 anos perdeu mais de 12 mil habitantes), resultado de décadas de abandono político e económico do interior com a consequente litoralização do país. O até agora bispo de Bragança-Miranda, D. António Montes, em declarações à Agência Ecclesia, classificou o futuro da região como "sombrio" devido a "um plano de desenvolvimento económico que se centrou excessivamente no litoral e abandonou o interior". D. António Montes, na hora da despedida, sublinha também a falta de sacerdotes, o que vai exigir do novo bispo uma boa gestão dos recursos humanos, com uma colocação criteriosa do clero. Um bom gestor revela-se quando os recursos escasseiam e não quando eles abundam. Curiosamente, D. José Cordeiro inicia a sua actividade episcopal com a mesma idade de um seu antecessor, de grata memória, D. Abílio Vaz das Neves, natural de Ifanes, Miranda do Douro, que foi missionário e bispo na Índia e regressou à sua diocese de origem em 1938, para ser seu bispo até 1965.
Oxalá que D. José Cordeiro tenha o mesmo sucesso de D. Abílio, um homem e um bispo que, colocando as pessoas certas nos sítios certos, soube reorganizar completamente a diocese, edificar um vasto património, mesmo em tempos de guerra, e fez de Bragança um caso exemplar, a nível nacional, em áreas como a catequese. É esta a esperança das gentes nordestinas em tempos de alegria com a nomeação de um novo bispo que vê na crise também "momentos de purificação, de confronto, de reencontro", e nas circunstâncias que vivemos pretende ser "um servidor da esperança e colaborador da alegria".
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Assista à entrevista "Ideias em Estante", publicada no Económico e emitida no ETV.
Esta semana: Medina Carreira, autor de " O Fim da Ilusão"
'O Fim da Ilusão' é a nova obra de Medina Carreira.
O autor elogia o Governo por ter gente que não é promovida por estar na política. "Isso dá liberdade"
Sem ilusões! Esta é frase exclamativa que resume a conversa com o professor Medina Carreira. Conhecido pelo tom crítico, sem papas na língua, o ex-ministro das Finanças do primeiro governo constitucional tem sido uma das vozes que mais alertas lança para o estado das finanças públicas portuguesas - nomeadamente no que toca ao endividamento, à despesa pública e à carga fiscal. Autor do 'bestseller' "Portugal que Futuro?", escreve agora "O Fim da Ilusão ", livro que marca uma vez mais pelo tom crítico do seu ADN. Em conversa (que será transmitida na íntegra no ETV) diz Medina Carreira também - e indo além do conteúdo do livro - que "este Governo trouxe o precedente, que já não existia há muitos anos, de levar para a política gente que na política não é promovida. Na política até é despromovida, pelo menos economicamente". Isso dá liberdade e independência, conclui. Sobre o presente, entende que a primeira coisa que se deve passar na sociedade é que a comunicação social, "de uma forma geral", deve começar a entender que a política depende dos factos. Pensar que a política pode ser desligada da realidade económica é um erro. "Hoje há uma economia que não permite qualquer política."
Porque é que neste livro advoga que este é pior momento que o País atravessa desde que "guardamos memória"?
Se observarmos a situação da economia portuguesa, que tem um dinamismo equivalente ao princípio do século XX (uma economia que cresceu a meio por cento), significa que, do ponto de vista de economia, estamos tão mal como estávamos no passado; se olhar para o nível do desemprego, desde que há registo de desemprego, nunca se atingiu uma taxa tão elevada; se pensarmos na dívida pública, desde há mais de 160 anos não se tinha um nível tão elevado. Portanto todos estes indicadores de natureza comparativa mostram que o País atingiu um estádio de que ninguém vivo tem memória.
Tem vindo a alertar para alguns indicadores macro económicos...
O que aconteceu, aqui com mais intensidade do que em outros países europeus - apesar de outros também terem coisas parecidas - é que as políticas de gastos públicos desconheceram a economia que tinham. Nós criámos um modelo de sociedade em que, devido ao dinamismo da economia europeia de há 40 anos, não era preciso fazer contas para colocar a despesa dentro da capacidade económica que existia. O que acontece é que a economia foi sempre declinando - aqui e no resto da Europa - e o Estado foi gastando aquilo que entendeu. Há dois números muito fáceis de registar: a economia portuguesa dos últimos 20 anos (1990 - 2010) cresceu 1,8 (em média anual) e a despesa pública corrente primária cresceu 4,2. Qualquer dona de casa percebe que se o seu rendimento do lar crescer 1,8, a despesa não pode crescer 4,2. Teoricamente qualquer dona de casa teria feito melhor do que os governos que tivemos.
Utilizando a analogia da dona de casa: o que é a dona de casa pode fazer? Horas extra? Produzir mais? Gastar menos?
Vamos ter que fazer de tudo. Desde logo, e porque pôr a economia em funcionamento é mais difícil e mais lento do que cortar na despesa, a primeira coisa que teremos de fazer é colocarmo-nos dentro da nossa capacidade para gastar. Isto é, teremos que gastar aquilo que produzimos. É isso basicamente que pretende este acordo com os estrangeiros: colocar os portugueses a viverem com aquilo que têm.
O fim da ilusão?
É evidente. Nós andámos descuidadamente a viver com um nível de vida para o qual não tínhamos dinheiro. Nos últimos dez anos tivemos um nível de vida que se sustentou no endividamento e não naquilo que nós produzíamos. Ora quando vivemos do endividamento, tarde ou cedo vamos ter que ser reconduzidos à nossa capacidade normal de produção. E foi o que aconteceu e que foi lamentável, porque tudo isto traduz uma irresponsabilidade e incompetência total dos governos. Porque os governos teriam que reconduzir a sociedade portuguesa àquilo que poderia gastar e não a pedir dinheiro emprestado para viver melhor.
Está optimista com o novo Governo?
Eu conheço algumas das pessoas que aparecem no Governo, mas isso é relativamente indiferente. Sabe que um dos vícios da política dos últimos dez a vinte anos foi aparecer gente que não tem profissão. Gente que entrou para a política e vive da política. O que é que isto significa é que têm que estar sempre com o partido do poder senão vivem mal ou vivem com estatuto social minimizado. Aquilo que considero mais vantajoso é que este Governo é composto por gente que não foi promovida por ser ministro. Já tinham um estatuto social e económico em que ser ministro é menos do que ser aquilo que eram. Este Governo trouxe o precedente, que já não existia há muitos anos, de gente que na política não é promovida. Na política até é despromovida, pelo menos economicamente. Isso dá liberdade e independência. As pessoas estão enquanto querem, quando não quiserem ou não concordarem saem.
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- A Competitividade e as Novas Fronteiras da Economia
- Como a Economia Ilumina o Mundo
Rampini, autor do Século Chinês
Stephen Dubner e Steven Levitt, autores de "Freakonomics"
Tim Hardford, autor de "O Economista Disfarçado"
Ashutosh Sheshabalaya, autor de "Made in Índia"