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Globalização, Fundamentalismo Islâmico e Desenvolvimento Sustentável" (Booknomics) da autoria de
António Neto da Silva é uma obra que apresenta o triplo conflito que definirá, na opinião do autor, o futuro. Questionado sobre a escolha deste trio (que apresenta variáveis que estão na ordem do dia e que são objecto de fortes polémicas) Neto da Silva, empresário e Professor de "Desenvolvimento Sustentável" no Curso de Pós- Graduação em Estudos Europeus da Universidade Católica Portuguesa, responde dizendo que a sua escolha se deve ao facto de entender "que esses são os três vectores que estão em movimento e que vão definir o novo mapa do mundo, uma nova ordem internacional, uma nova forma de escolher a vida ou o fim do planeta.
" Para este autor todos os outros grandes movimentos não têm, "nem de perto nem de longe", a importância crucial destes três. "E, é precisamente da interacção entre eles e da correlação de forças que vier a definir-se que sairá uma nova ordem mundial" Sobre a vector que a olho nu parece mais polémico – o Fundamentalismo Islâmico – Neto da Silva responde que "eu não acho que o fundamentalismo islâmico vá travar a globalização. Pelo contrário eu acho que é um factor de uma união tácita entre grandes potencias, que de outra forma poderiam ter conflitos devido à carência de fornecimento de recursos naturais e de energia." Confrontado com a possibilidade de estar a apresentar neste livro um novo paradigma, Neto da Silva, que é licenciado em Economia (Faculdade de Economia do Porto) e mestre em Estudos Europeus Contemporâneos (Universidade de Reading, Reino Unido) afirma que nunca leu nada que ligasse tudo à grande componente. "Aquilo que normalmente se fala é de Globalização falando apenas da vertente económica; fala-se do fundamentalismo islâmico e do terrorismo que dai resulta falando apenas de aspectos de natureza de instabilidade e das dificuldades económicas devido ao abastecimento do petróleo. Mas depois ninguém junta. E estas estão interligadas. Por exemplo: o fundamentalismo é resultado da globalização e por sua vez age no sentido de impedir a globalização (estando a conseguir exactamente o contrário). Neto da Silva, Secretário de Estado do Comércio Externo (90/91) tendo sido o chefe negociador do Projecto Ford-Volkswagen (onde conclui com êxito as negociações utilizando o argumento" de que os portugueses conseguem níveis de produção iguais ou superiores à produtividade media europeia") terminou ainda o seu raciocínio falando do elemento que "é fundamental nisto tudo" e que condiciona absolutamente a globalização competitiva referindo-se "à possibilidade de manter a vida na terra se continuarmos a crescer aos ritmos que estamos a crescer". Para este gestor "nós podemos procurar a eficiência e a competitividade a todo o custo. Podemos procurar o crescimento permanente. Mas só se pode crescer num planeta finito até determinado ponto – e, de determinada forma" diz referindo-se à importância de criar incentivos que permitam o desenvolvimento sustentável das economias." O desenvolvimento sustentável implica um conjunto de restrições às empresas. Numa escala mundial, onde a competitividade e a eficiência são os valores absolutos, é evidente que as empresas (os governos ou as autarquias) não tem a possibilidade de aplicar os avanços tecnológicos que lhes permitam poluir menos. E aqui é que está a questão. E, como é que se poderia resolver esta questão? Através de um estimulo fortíssimo ao aparecimento de tecnologias." A evolução tecnologia é o elemento fundamental para compatibilizar crescimento com um planeta saudável. "Se não formos pela via da tecnologia, se mantivermos os conceitos absolutos de competitividade e de eficiência e se não olharmos para mais nada eu tenho a certeza que, infelizmente, no fim deste século deixa de haver vida humana na terra". António Neto da Silva foi Secretário de Estado do Comércio Externo (90/91) tendo sido o chefe negociador do Projecto Ford-Volkswagen (onde conclui com êxito as negociações utilizando o argumento "de que os portugueses conseguem níveis de produção iguais ou superiores à produtividade media europeia") terminou ainda o seu raciocínio falando do elemento que "é fundamental nisto tudo" e que condiciona absolutamente a globalização competitiva referindo-se "à possibilidade de manter a vida na terra se continuarmos a crescer aos ritmos que estamos a crescer". Para este gestor "nós podemos procurar a eficiência e a competitividade a todo o custo. Podemos procurar o crescimento permanente. Mas só se pode crescer num planeta finito até determinado ponto – e, de determinada forma" diz referindo-se à importância de criar incentivos que permitam o desenvolvimento sustentável das economias. "O desenvolvimento sustentável implica um conjunto de restrições às empresas. Numa escala mundial, onde a competitividade e a eficiência são os valores absolutos, é evidente que as empresas (os governos ou as autarquias) não tem a possibilidade de aplicar os avanços tecnológicos que lhes permitam poluir menos. E aqui é que está a questão. E, como é que se poderia resolver esta questão? Através de um estimulo fortíssimo ao aparecimento de tecnologias." A evolução tecnologia é o elemento fundamental para compatibilizar crescimento com um planeta saudável. "Se não formos pela via da tecnologia, se mantivermos os conceitos absolutos de competitividade e de eficiência e se não olharmos para mais nada eu tenho a certeza que, infelizmente, no fim deste século deixa de haver vida humana na terra". Esta obra, com prefácio e apresentação de Ernâni Lopes, será lançada no próximo dia 26 de Fevereiro.